As doenças crónicas não transmissíveis contribuem para quase 60% dos 56 milhões de mortes anuais em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os fatores de risco mais importantes para esta doenças crónicas incluem a hipertensão, o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, a deficiência em ferro, o colesterol sanguíneo elevado, o excesso ponderal, a alimentação inadequada e a inatividade física.
A obesidade, as doenças cardiovasculares, a diabetes e certos tipos de cancro são alguns dos exemplos de situações que podem surgir no contexto de alguns estilos de vida que importam modificar e que, com este artigo, pretendo chamar a atenção, através da partilha de duas ideias que podem ajudar a melhorar a sua saúde:
- Levante-se: A Direção-Geral da Saúde lançou recentemente, no âmbito do Plano de Ação Nacional Para a Atividade Física a campanha “Levante-se” que vem alertar para a importância de interrompermos, ao longo do dia, o tempo que passamos sentados, seja no trabalho, seja nas atividades de lazer. No que respeita à atividade física, é notória, ao longo dos últimos anos, uma evolução negativa. A percentagem de portugueses que pratica exercício regularmente, diminuiu de 9%, em 2009, para 5% em 2017. Por outro lado, também o número daqueles que raramente ou nunca praticam atividade física sofreu um incremento, passando de 66% para 74% entre 2009 e 2017, valores que divergem dos 60% que constituem a média da União Europeia. Em face destes dados, e conscientes da importância de se inverter esta tendência, nasceu o Plano de Ação Nacional para a Atividade Física que, espera-se, traga bons resultados a curto ou médio prazo, a bem da nossa saúde.
- Não fume:Aquele cliché que nunca é demais insistir. Vivemos, há dias, o dia internacional do Não Fumador, celebrado todos os anos a 17 de novembro. Lembramos, nesse dia, os não fumadores, embora, as nossas preocupações devam centrar-se, sobretudo, nos fumadores. O tabagismo, é de facto, um problema de saúde pública que enfrentamos todos os dias e que custa a vida a muitos milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a OMS, durante o século XX, o número de pessoas que perderam a vida prematuramente por causa do tabaco cifrou-se nos 100 milhões, valor que pode ascender aos 1000 milhões durante este século, caso não haja um controlo efetivo desta pandemia.
Em Portugal, segundo dados do último Inquérito Nacional de Saúde, a prevalência de consumo de tabaco, em 2014, na população residente com 15 ou mais anos, cifrou-se nos 20%, valor que ainda é significativamente elevado e que, portanto, justifica todas e quaisquer medidas de saúde pública para fazer face a esta realidade.
A cessação tabágica tem benefícios inegáveis que começam pouco tempo depois de deixar de fumar. Sabe-se que, doze horas após o último cigarro a concentração de monóxido de carbono volta ao normal; após duas semanas a três meses, a função respiratória melhora; um ano depois, o risco de ataque cardíaco diminuiu para metade e em 3 a 5 anos, o risco de AVC iguala o risco do não fumador. Se atentarmos na doença oncológica, os benefícios em deixar de fumar também não são desprezíveis sendo que, em 5 anos, o risco de cancro da boca, bexiga e esófago reduz-se em 50% e, em 10 anos, atinge-se igual redução em termos de risco de cancro do pulmão.
Não tenho dúvidas que vale a pena. Peça ajuda ao seu médico.