O governo israelita acaba de aprovar o acordo de cessar-fogo em Gaza. Oito ministros votaram contra a resolução, enquanto 24 votaram a favor.
Abre-se, assim, caminho para que a trégua entre em vigor no domingo e que os reféns comecem a ser libertados no mesmo dia, de acordo com fonte oficial citada pela AFP.
O gabinete de segurança é constituído por um grupo mais pequeno de ministros israelitas e só com a luz verde deste grupo é que o Governo podia aprovar formalmente o acordo de cessar-fogo.
Israel adiou a aprovação do acordo para esta sexta-feira, depois de ter acusado o Hamas, na quinta-feira, de ter recuado em alguns pontos do compromisso. O Hamas disse, entretanto, que os obstáculos que surgiram nos termos do acordo de cessar-fogo de Gaza foram resolvidos.
O acordo, anunciado na quarta-feira, entra em vigor no domingo às 10h15 da manhã (hora de Portugal continental) e está dividido em três fases.
A primeira fase pressupõe a libertação de 33 reféns mantidos na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos detidos por Israel. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que estes reféns devem ser libertados já no domingo.
A lista foi tornada pública e inclui um cidadão de nacionalidade portuguesas e outro dois com ligações a Portugal.
O Governo francês também anunciou que dois franco-israelitas estão na lista dos primeiros reféns a serem libertados.
De acordo com duas fontes próximas ao Hamas, citadas pela France Presse, três mulheres israelitas com menos de 30 anos vão ser as primeiras a serem libertadas no domingo. Estas reféns vão ser recebidas pela Cruz Vermelha e depois “serão transportadas para o Egipto, onde serão entregues” às autoridades de Israel.
Em troca, Israel concordou “em libertar vários prisioneiros importantes”, disse uma das fontes.
As autoridades israelitas publicaram esta sexta-feira a lista de nomes dos 95 detidos que poderão ser libertados no domingo, a maioria dos quais são mulheres e menores detidos depois do ataque de 7 de outubro. Israel disse ter tomado medidas para “impedir qualquer demonstração pública de alegria” na altura da libertação dos detidos palestinianos.
Para além das libertações iniciais de reféns, a primeira fase inclui “um cessar-fogo total”, uma retirada das tropas israelitas de áreas densamente povoadas e um aumento da entrega de ajuda humanitária.
A segunda fase deve permitir a libertação dos últimos reféns e a terceira e última etapa será dedicada à reconstrução de Gaza e à devolução dos corpos dos reféns que morreram em Gaza.
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Foto: Com Agências / RTP