Reconhecendo passar por “um período muito difícil”, como acontece com” a generalidade da esquerda europeia” a braços com um cenário de guerras no Leste Europeu e no Médio, empobrecimento, discriminações e crises migratórios, o Bloco de Esquerda em Braga continuará, contudo, “a ser exigente na luta contra todas as formas de desigualdade e exclusão e para que, passo a passo, possamos aproximar a sociedade em que vivemos daquela em que queremos viver”.
É partindo desta ideia, que a3 irá pautar a sua acção. “(…) tornar visíveis todas as vulnerabilidades, constituindo-se como uma oposição de denúncia e de pressão, assertiva e propositiva, com uma voz dissonante e descomprometida dos múltiplos interesses em presença no concelho, dando resposta às pessoas mais expostas à crise” é a estratégica com que a lista A venceu o acto eleitoral.
Tendo como primeiro subscritor Alexandre Mano, a lista quer assim mobilizar os aderentes de Braga, apresentando como “áreas de luta fundamentais” o combate a todas as formas de precariedade laboral e na defesa dos direitos laborais e a defesa de políticas públicas de habitação de âmbito municipal e nacional, com ênfase na necessidade de investir na expansão da oferta pública de habitação e de atacar as dificuldades no alojamento estudantil.
BANDEIRAS
A promoção de todas as formas de protecção social, sejam de âmbito nacional, através da Segurança Social, sejam de âmbito local, com destaque para “o drama social” por que passam os muitos imigrantes que chegam a Braga “sem qualquer base de apoio”, e a articulação entre as entidades públicas e privadas com responsabilidade social (autarquia, juntas de freguesia, IPSS, Segurança Social e escolas/agrupamentos) é outra área a merecer atenção dos bloquistas bracarenses.
A defesa dos serviços públicos, como o SNS e a escola pública, “na oposição a todas as formas de delegação de competências”, o combate à pobreza infantil, contribuindo para “a consciencialização de que a pobreza na infância, frequentemente, significa pobreza para o resto da vida” e a defesa de oferta pública para quem necessite de institucionalização, bem como da “adopção de medidas efectivas e concretas de fiscalização, em particular dos lares de idosos e das instituições que acolhem crianças e pessoas sem-abrigo”, são outras matérias.
O BE pretende ainda encabeçar a luta contra todas as formas de violência doméstica, em particular a violência de género, que “tem tendência para aumentar em momentos de crise”, contra todas as formas de discriminação “num concelho que nos últimos anos acolheu milhares de pessoas de outras nacionalidades” e ao “conservadorismo e ao populismo que permita questionar as alianças, os negócios e os atropelos, que estão na origem de ideias e visões que atentam contra a Democracia e os Direitos Humanos”.
A estas juntam-se ainda a promoção e/ou consolidação, em articulação com a Coordenadora Distrital, de grupos de trabalho nas áreas laboral, feminismo, LGBTQIA+, ambiente, migrantes, jovens, educação, cultura e bem-estar animal, bem como de todas as áreas de intervenção política e a valorizando dos agentes e produtores culturais locais e das estruturas museológicas e arqueológicas locais.
A defesa do património edificado do concelho e da cidade, “contrariando os interesses especulativos imobiliários predadores que descaracterizam o espaço urbano, expulsam os habitantes de há décadas e desrespeitam o legado histórico de uma urbe com dois mil anos de existência” é outra bandeira bloquista.