O empresário bracarense José Pedro da Silva, de 41 anos, morto a tiro em Maputo, na sexta-feira passada, foi assassinado pelo motorista e pelo segurança, adianta a polícia de Moçambique. Ambos já estão detidos desde o passado fim-de-semana, como o jornal ‘O Vilaverdense’ avançou.
O empresário da construção civil foi assassinado a tiro ao início da tarde com um disparo no tórax.
O crime ocorreu no bairro da Machava, junto à Matola, na zona noroeste da cidade de Maputo. A vítima, com três filhos, radicada em Moçambique há vários anos, fazia o percurso entre os armazéns de uma das quatro empresas que tinha na área da construção civil (desde piscinas, a tubagens e ferros) e a sede.
As mesmas fontes asseguram que o português transportava na viatura, onde ia com o segurança e o motorista, uma elevada quantia em numerário.
Segundo descreveram então os agora detidos, numa versão agora desmontada pela polícia, quase a chegar à sede da empresa, na Machava, a viatura onde seguia José Pedro da Silva teria sido emboscada: um carro ter-se-ia atravessado à frente; e outro atrás.
Alegaram que se seguiu um tiroteio e só o empresário foi atingido.
O empresário ainda foi transportado ao hospital José Macamo, onde deu entrada já sem sinais vitais, vindo a ser declarado o óbito no local.
POLÍCIA MOÇAMBICA REVELA DETALHES
A polícia moçambicana disse esta terça-feira que o segurança e o motorista tentaram roubar o dinheiro que José Pedro da Silva trazia na viatura. «Estes dois indivíduos são confessos em relação à prática e execução material deste crime hediondo, que foi um baleamento e que veio a ser determinante para que este cidadão da nacionalidade portuguesa viesse a conhecer a morte», disse o porta-voz do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Leonel Muchina.
Em conferência de imprensa em Maputo, a polícia moçambicana negou as informações de que teria sido morto na sequência de uma tentativa de rapto.
A polícia explicou porque a versão do motorista e do segurança não é verdadeira e o tiro foi feito no interior do carro. «No interior da viatura não foram encontrados nenhuns estilhaços de vidro, facto que contraria a versão de que supostos meliantes quebraram o vidro da viatura na qual a vítima se transportava.(…) O motorista confessou que o disparo foi efetuado pelo segurança no interior da viatura e não houve nenhuma perseguição e nem atirador de fora», detalhou Leonel Muchina.
Centenas de pessoas juntaram-se segunda-feira na Igreja de Santo António da Polana, em Maputo, para uma missa em homenagem a José Pedro Alves da Silva.
O português era administrador da SOTUBOS, uma conhecida empresa de venda de tubos e material de construção, propriedade do pai, que está em Portugal.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou condolências aos familiares de José Pedro Alves da Silva.
José Pedro Alves da Silva era filho do antigo presidente do Sporting de Braga Alberto Silva, que em 2019 foi nomeado embaixador do clube para a África Austral.
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Com CM-Jornal
