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Empresas portuguesas na cauda da Europa na adopção de Inteligência Artificial

Portugal é um dos países da União Europeia (UE) em que é menor a percentagem de empresas que usam tecnologias de inteligência artificial (IA), situação que é vista pela Comissão Europeia como crítica para a competitividade.

Os dados oficiais, compilados esta quinta-feira pelo Eurostat, dizem respeito ao ano de 2024, com o gabinete de estatísticas europeu a salientar também que foi um dos países em que o uso de IA pelas empresas menos cresceu face ao ano anterior.

Numa altura em que são pródigos os anúncios sobre o uso de tecnologias de IA por muitas empresas, perante a euforia desencadeada no final de 2022 pelo surgimento do ChatGPT, as estatísticas mostram que o uso efetivo de IA ainda é relativamente baixo na UE.

Apenas 13,5% das empresas da UE com mais de dez trabalhadores assumiram que usam pelo menos uma tecnologia de IA nas respetivas operações.

Em Portugal, contudo, a percentagem não chegou aos 10%, com apenas 8,63% das empresas a assumirem o uso deste tipo de tecnologias. Tratou-se de um incremento inferior a um ponto percentual no espaço de um ano, provavelmente, no período em que mais se falou e que mais soluções se desenvolveram a nível global, refere o jornal ECO.

O Eurostat salienta que todos os países da UE registaram aumentos no uso de IA pelas empresas. O “aumento modesto” verificado em Portugal contrasta com os 14,7 pontos percentuais registados na Suécia, o país em que o uso de IA mais cresceu entre 2023 e 2024.

Enquanto isso, 27,6% das empresas dinamarquesas usam IA nos seus negócios, o país onde a adopção é maior. Suécia e Bélgica ocuparam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares do pódio, com taxas de uso de 25,1% e de 24,7%.

Na outra ponta da tabela ficou a Roménia. As empresas romenas são as mais atrasadas na adopção da tecnologia, com apenas 3,1% a usarem IA, seguindo-se das polacas (5,9%) e das búlgaras (6,5%). Olhando para o ranking, a posição de Portugal é, assim, a sétima a contar do fim, superando ainda Itália, Chipre e Hungria.

“As empresas continuaram a adoptar várias tecnologias de IA para melhorar as suas operações. A tecnologia de IA mais usada era a de análise de linguagem escrita (text mining). Foi adoptada por 6,9% das empresas depois de um aumento anual de quatro pontos percentuais. A segunda tecnologia mais usada foi a de geração de linguagem escrita ou dita (geração de linguagem natural), usada por 5,4% das empresas”, refere o Eurostat num comunicado. Esta última teve um aumento de 3,3 pontos percentuais.

A posição de Portugal no conjunto da UE preocupa na medida em que a IA é vista pelos governos, incluindo pela Comissão Europeia, como crítica para a competitividade. Esta informação é conhecida num momento em que o Governo está a preparar uma agenda nacional para a IA, sob a tutela da ministra Margarida Balseiro Lopes.

 

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