O diretor-geral da Aliança Solar Internacional (ISA, na sigla em inglês) garante que o apagão de 28 de abril em Espanha e em Portugal não foi causado por problemas com energias renováveis.
«Não acredito que esteja provado que os apagões em Espanha e em Portugal tenham sido causados sobretudo por programas de energias renováveis», aponta Ashish Khanna, à agência de notícias EFE.
O diretor-geral da aliança de 123 países, liderada pela França e pela Índia, destaca que, embora a investigação esteja em curso, publicações de prestígio mostram que o apagão teve causas técnicas «especialmente relacionados com a transmissão e escoamento de energia».
A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade vai criar um comité para investigar as causas deste apagão «excecional e grave» a afetar Portugal e Espanha.
O comité vai elaborar um relatório factual para ser a base do relatório final até 28 de outubro deste ano. Prevê-se que o relatório final sobre a investigação do incidente deverá ser publicado até 30 de setembro de 2026.
Khanna aponta que o armazenamento de energia e o desenvolvimento de uma infraestrutura adequada de transmissão são o caminho para evitar apagões.
A Índia «implementou uma proporção muito maior [do que a Europa] de energia solar renovável, com quase 100 gigawatts já instalados. A China está a multiplicar este número, e não há apagões causados pela energia solar», exemplificou. «É apenas um exemplo de que não é o problema principal», vincou.
Na segunda-feira, a REN – Redes Energéticas Nacionais aumentou o limite das importações de eletricidade de Espanha nas horas de sol e retirar as restrições em vigor para as restantes.
Estas medidas incluem-se no processo de estabilização em curso do mercado ibérico de eletricidade (Mibel), depois do apagão.
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