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Enfermeiros da Unidade Local de Saúde de Braga em greve por melhores condições profissionais

Enfermeiros da Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga estão, esta terça-feira, a cumprir um dia de greve, numa ação de protesto convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que denuncia “injustiças” e “discriminação” nas carreiras destes profissionais, exigindo respostas da administração hospitalar.

De acordo com a dirigente sindical Denise Salsa, que é também enfermeira especialista na ULS de Braga, o protesto está a ter “impacto junto da população”, contando com “adesão superior a 95% no bloco”, onde há “bastantes salas a funcionar, mas com colegas grevistas que asseguram os cuidados mínimos”.

“Houve cancelamentos de cirurgias, de exames de diagnóstico e de consultas”, acrescentou, sublinhando que, neste tipo de protesto, os profissionais tentam “sempre minorar ao máximo os impactos sentidos pela população”, mas “a greve acaba por ser a única forma” de “pressionar” os responsáveis para “resolver os problemas” existentes.

Contactada pelo JN, fonte do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Braga disse que “cerca de mais de 50% dos enfermeiros escalados para o dia de hoje exerceram as suas funções normalmente”, mas que durante a manhã “registaram-se alguns condicionamentos no bloco operatório e na consulta externa, que ainda assim estiveram em funcionamento”.

À ESPERA DE RESPOSTAS

Em declarações aos jornalistas, durante uma concentração que juntou cerca de uma dezena de enfermeiros à porta do Hospital de Braga, Denise Salsa lamentou o “arrastar” de “algumas situações que já foram identificadas com a administração [hospitalar] anterior” e que “continuam sem resolução” com os atuais gestores da Unidade Local de Saúde.

Entre as várias reivindicações, os enfermeiros pedem “o cumprimento da legislação no que diz respeito aos horários de trabalho dos colegas da psiquiatria e da oncologia”, “a harmonização dos dias de férias entre contratos de trabalho em funções públicas e enfermeiros contratados” e a progressão salarial, para evitar “desigualdades” entre profissionais.

Um dos “problemas que se arrastam há mais tempo”, segundo Denise Salsa, está ligado à contagem e progressão na carreira, “nomeadamente a contabilização de pontos a quem iniciou funções com contratos precários ou contratos de três e seis meses e que, entretanto, quando vinculou, viu todo esse tempo para trás não ser contabilizado e acabar no caixote do lixo”.

“No nosso entender, todas estas situações já podiam ter sido resolvidas, uma vez que outras administrações do país já as resolveram. No caso da ULS de Braga, a administração diz que não tem autonomia para isso e, portanto, também gostaríamos de deixar um apelo ao ministério da Saúde e à ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] para emitir orientações concretas que permitam a resolução destas questões e promover a igualdade entre os enfermeiros que exercem funções em Braga e os nossos colegas do resto do país”, apontou a dirigente sindical.

No esclarecimento remetido ao JN, o Conselho de Administração da ULS de Braga “reitera o seu total compromisso na procura contínua da melhoria das condições para o exercício das funções dos seus profissionais, assim como na melhoria da prestação de cuidados aos seus utentes”.

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