A Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) veio esta quinta-feira a público reclamar a existência de uma dívida, superior a 27 mil euros, por parte da Câmara de Vila Verde, referente à prestação de vários serviços da escola.
Num comunicado divulgado esta quinta-feira, em que anexou um documento financeiro da própria autarquia, a Direcção da EPATV refere que, à data de 31 de Dezembro de 2018, a Câmara lhe devia 27.612,07€, valor inferior ao do final de 2017 (28.774,79€).
Especifica que «há facturas em 2018, referentes a serviços de coffee-break e jantares, em Junho e Dezembro desse mesmo ano», tendo a Câmara pago 4.605,30€, pelo que encerrou o ano anterior com uma dívida cifrada em 27.612,07€.
«Há também já em 2019 serviços realizados e facturados e nunca a Câmara, de acordo com a legislação fiscal, devolveu qualquer factura à escola», acrescenta.
O comunicado da escola, assinado pela administradora Paula Fernandes, surge depois de o presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, ter dito na última Assembleia Municipal que «não há dívida nenhuma» da autarquia com a EPATV.
A escola acusa o autarca de criar «um ambiente de crispação, de total desconfiança e ausência de diálogo, nos vilaverdenses, nas instituições, empresas e organizações que em nada favorecem o investimento, a criação de emprego e riqueza para quem vive neste concelho».
«Permita lembrar ao senhor presidente que já não é o dono da escola e por isso não pode pôr e dispor como no passado das dívidas e do dinheiro da escola a seu bel-prazer», acusa.
CÂMARA NÃO RECONHECE DÍVIDA
Fonte do gabinete da presidência da Câmara de Vila Verde disse ao jornal “O Vilaverdense” que a autarquia «não reconhece a dívida» e que o valor em causa «se refere a pretensos serviços, prestados desde 2001, nunca confirmados pelos serviços municipais como tendo sido efectivamente prestados».
Sobre o facto de ter constado no Relatório e Contas de 2017, a mesma fonte adiantou que, «no âmbito da circulação de contas, a EPATV reportou esse valor, que não consta como dívida nesse relatório».
«Acabou por ser retirado por não se ter confirmada a realização dos serviços em causa», sublinhou.
PS QUESTIONOU
Na última Assembleia Municipal, aquando da discussão do Relatório de Contas, o deputado do PS Carlos Araújo questionou António Vilela sobre o «desaparecimento» da dívida à EPATV, que constava no documento de 2017 e não no de 2018.
«Afinal, a Câmara pagou ou não pagou a dívida a esta entidade?», questionou.
António Vilela respondeu então que «não há dívida». «Ninguém confirma a prestação desses serviços, portanto não é nenhuma dívida», disse.