A maior parte das praias do concelho de Esposende encontra-se “predominantemente em erosão”, resultando na diminuição da cota das praias, na redução da sua extensão média e no desenvolvimento de uma arriba de erosão. Este é, em resumo, a conclusão do Estudo de prevenção e gestão de risco do litoral de Esposende.
A autarquia, presidida pelo social-democrata, revela agora, em comunicado, que o estudo aponta para “a urgência em proceder a intervenções de correcção morfológica da maioria das praias”, no sentido de “criar resiliência ao avanço do mar, bem como manter este importante acervo socioeconómico do concelho, com aptidões para usufruto balnear em segurança”.
Entre as praias que apresentam taxas mais elevadas de avança do mar, salientam-se a praia de Foz do Neiva/Antas, a praia de Rio de Moinhos, a praia de Ofir, a praia da Bonança/Fão e a praia de Pedrinhas e Cedovém.
“Ou seja, a maioria das praias do concelho de Esposende encontra-se predominantemente em erosão, observando-se a diminuição da cota das praias, a redução da sua extensão média e o desenvolvimento de uma arriba de erosão talhada na face a poente das dunas”, frisa a autarquia.
Uma das conclusões do presente estudo, no sentido de manter a estabilidade das praias marítimas do concelho, consiste na “urgência em proceder a intervenções de correcção morfológica da maioria das praias, no sentido de criar resiliência ao avanço do mar, bem como manter este importante acervo socioeconómico do concelho, com aptidões para usufruto balnear em segurança”.
PROCESSO
Já em 29 de Março de 2021, o município esposendense viu a sua candidatura aprovada no âmbito do Aviso de Abertura de Candidatura n.º POSEUR-09-2020-10, com uma taxa de comparticipação de 85%, tendo sido assinado o respectivo Termo de Aceitação em 23 de Abril de 2021.
A candidatura, designada ‘Estudo de prevenção e gestão de risco do litoral de Esposende’, visava a elaboração de um estudo incidente na protecção do litoral e das suas populações face a riscos, especialmente de erosão costeira, antecipando riscos e cenários potenciados pelas alterações climáticas.
“Deste modo, pretendia-se garantir uma maior resiliência face aos riscos naturais incidentes nas praias designadas do concelho, dando prioridade a intervenções com carácter estrutural e impacte sistémico na redução da erosão costeira, promovendo a reposição do equilíbrio na dinâmica sedimentar ao longo da costa”, refere a autarquia.
O comunicado adianta que “este estudo servirá para fundamentar e apoiar a tomada de decisão em futuras intervenções, designadamente num conjunto de acções elencadas no Plano de Acção Litoral XXI, directa ou indirectamente associadas às praias marítimas do litoral de Esposende”.
ACÇÕES URGENTES
Deste modo este estudo incidiu, especificamente, sobre as seguintes componentes: Análise da dinâmica costeira, com vista à identificação das situações de maior exposição aos riscos naturais, incluindo análise da evolução da migração costeira e previsão de cenários futuros; e definição do modelo construtivo a adoptar nos apoios de praia associados às Zonas de Apoio Balnear (ZAB), de acordo com as tipologias definidas no POC-CE para as praias do concelho.
A criação, redimensionamento ou relocalização das ZAB, em função da alteração das condições do areal e dos acessos existentes e previstos; Requalificação de parques de estacionamento existentes e/ou previsão de novas áreas de estacionamento, com maior oferta de lugares, sobretudo na época balnear; Criação, recuperação e/ou manutenção de acessos pedonais existentes e Renaturalização de acessos pedonais não planeados ou não construídos são outras das componentes tidas em conta.
A todas estas acrescem a criação ou requalificação de acessos de emergência/veículos motorizados autorizados; Definição de canais de acesso para embarcações nas praias identificadas com “onda de especial valor para desportos de deslize”; Uniformização de sinalética, nomeadamente através da normalização gráfica e dimensional de toda a sinalização vertical e horizontal nas praias do concelho.
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