A Escola Básica de Prado, que foi recentemente alvo de obras de reabilitação, num investimento de cerca de 1,4 milhões de euros, poderá em breve ser ampliada, para a criação de três salas e de um auditório, com o objetivo de acompanhar as necessidades existentes.
Esta segunda-feira, a comunidade escolar vive um dia especial com a inauguração oficial das obras de requalificação, uma cerimónia que conta com a presença do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.
O desejo da criação dos novos espaços foi expresso pelo diretor do Agrupamento de Escolas de Prado, Luís Martins, e mereceu de imediato a aceitação da presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Fernandes, que disse que a autarquia já apresentou uma candidatura ao novo quadro comunitário para poder concretizar essa pretensão.
Luís Martins destacou que o Agrupamento possui 1.050 alunos, sendo que 502 frequentam a reabilitada EB de Prado, cuja obra de requalificação permitiu, além da “renovação física”, preparar toda a comunidade educativa para a “exigência dos novos desafios”.
Já a presidente da Câmara, Júlia Fernandes, lembrou o “percurso penoso”, que “exigiu resiliência”, até que a escola ficasse com as condições atuais. “A educação é um investimento e nunca uma despesa”, afirmou, sublinhando que a reabilitação ficou orçada em 1,4 milhões de euros, com comparticipação a 85% de fundos comunitários (FEDER).
Garantindo que os “desafios são contínuos”, a autarca respondeu ao repto lançado pelo diretor do Agrupamento de Escolas, sublinhando que já foi apresentada uma candidatura, no âmbito do quadro comunitário 2030, para a construção do novo bloco das três salas e para a aquisição de material/equipamento.
200 MIL ALUNOS SEM PROFESSORES
O ministro Fernando Alexandre realçou que a obra realizada na Vila de Prado é o “resultado de esforços de muitos anos” e destacou a importância da “articulação entre o governo central, autarquias e escolas” para melhorar as infraestruturas.
A nível nacional, o governante disse que há cerca de 200 mil alunos sem pelo menos um professor a uma disciplina e que o Governo tem procurado responder a essas lacunas, nomeadamente através do lançamento de concursos extraordinários e o recrutamento de aposentados.
«Há demasiados alunos sem aulas, estes dados estão sempre a mudar, mas, provavelmente, temos mais de 200 mil alunos sem aulas ainda. Mas é um problema que estamos a tentar resolver com medidas de emergência. Temos um concurso a decorrer para as zonas que são mais afetadas para esta falta», elencou o ministro.
«Precisamos de mais uns milhares de professores, que são aqueles que estão em falta. Neste concurso extraordinário abrimos vagas para 2.309 professores só para as escolas que definimos como mais carenciadas. Estamos a falar de milhares de professores que precisamos de adicionar», sublinhou o governante.
Fernando Alexandre sublinhou que espera atingir a meta dos 200 professores aposentados de novo a dar aulas, frisando que a falta de docentes deve-se em grande parte à “falta de incentivos” para o acesso e permanência na carreira.
«Temos em Portugal quase 20 mil professores que neste momento têm condições para dar aulas e que não estão colocados. O que temos de ter são os incentivos. O que temos é uma falta de incentivos para que os professores deem aulas onde são mais necessários», afirmou Fernando Alexandre, garantindo que «as medidas estão a surtir efeito» e que o Governo está «a trabalhar em múltiplas frentes».
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