A Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) promoveu, esta quarta-feira, um seminário sobre gestão da vida pessoal e profissional dos jovens no futuro, ao abrigo do Programa Erasmus+.
Esta iniciativa debruçou-se sobre a preparação dos jovens para poderem conciliar estes dois “mundos”, sendo esta gestão uma tarefa que cabe, nos dias de hoje, aos pais e educadores, de acordo com Ana Raquel Veloso, da Academia “Fitness” Emocional.
«Os pais devem ajudar os filhos na educação para a conciliação entre a Vida Profissional e da vida pessoal e para a igualdade de género», referiu.
O evento, do centro Centro Qualifica da EPATV, surgiu pelas mãos de Francisca Borges e Joana Rocha e apresentou vários desafios e boas práticas construção de uma sociedade com mais igualdade de género.
Em relação a este tópico, foram apresentados alguns números que mostram desigualdade entre os homens e as mulheres – existe um prejuízo de 370 mil milhões de euros, por ano, na Europa, em que as europeias ganham menos 16% dos salários masculinos.
Estes números foram citados por Arnaldo Sousa que, com Joana Rocha, moderaram uma mesa redonda com a participação de Ana Raquel Veloso, Mariana Costa, Alícia Wiedermann, da União de Mulheres Alternativa e Resposta e ainda de Sílvia Correia, da “Re-Store”.
Já João Luís Nogueira assegurou que a EPATV, enquanto escola, «tem obrigação de ter projetos de inclusão e educativos», num momento em que, como referiu, «vivemos numa sociedade mais complexa, com muito egoísmo, pouco voluntariado e pouca partilha».
No seu entender, no seio de uma família, a «partilha de tarefas é o mote da felicidade e da satisfação pessoal» e, dirigindo-se aos alunos, deixou o alerta: «vós ides fazer a diferença, mas só tem direito a reivindicar quem dá e quem cumpre».
Por sua vez, a vilaverdense Filipa Fernandes, Mestre em Economia e gestora de recursos humanos na EDP, lembrou que são necessários mais «135 anos para que as mulheres tenham a igualdade de oportunidades profissionais que hoje têm os homens».
Filipa Fernandes assegurou também que as desigualdades resultam «de actos inconscientes mais frequentes e devem-se à educação e relações pessoais de quem nos rodeia».
Por fim, Sílvia Correia apresentou à plateia o seu projecto de vida, através da criação da “Re-Store”, uma marca amiga do ambiente e da inclusão social, que nasceu da reutilização, reciclagem e redução de desperdícios da indústria têxtil.
Com estas três acções, Sílvia Correia explicou como reforça a inclusão social, dinamiza a inovação social, desenvolve a solidariedade e rentabiliza os recursos, apontando, em seguida, a estratégia dos três P’s.
«Pessoas (inclusão), Planeta (reduzir a destruição de recursos da indústria têxtil) e Pedagogia (para a mudança de atitudes», destacou a criadora da “Re-Store”, que contou também que reuniu empresas, poder local e escolas para poder construir uma «tribo», que, nos dias de hoje, eutiliza quatro toneladas de resíduos têxteis, tem 15 mil produtos vendidos e realiza 25 mil euros anuais em vendas.