No ano em que se assinalam os 450 anos da Carta Régia de Esposende, datada de 19 de Agosto de 1572, a autarquia tem patente no Forte de S. João Baptista a exposição ‘Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global’, um convite a mergulhar na história do concelho.
A acção do Serviço de Património Cultural do Município não fica por esta exposição. Desde 2014, por exemplo, desenvolve acções de preservação e conservação dos artefactos recuperados do naufrágio quinhentista de Belinho1.
Neste âmbito, continuam os trabalhos de dessalinização do importante conjunto de mais de 80 peças madeiras do navio, a grande maioria arrojadas na praia de Belinho e recuperadas com o auxílio dos achadores Luís Calheiros e Emanuel Sá, João e Alexandre Sá.
A conservação de material proveniente de contextos subaquáticos salinos é um trabalho complexo, demorado e que exige à equipa de conservação estudo constante. É uma luta constante em que o sal, a temperatura, a humidade relativa e o oxigénio são inimigos implacáveis da conservação destes objectos.
De realçar que a investigação realizada às madeiras, no âmbito do projecto ForSEADiscovery, contou com arqueólogos e especialistas em dendocronologia, apoiados por voluntários, um especialista em construção naval em madeira e pelos achadores João e Alexandre Sá.
Um dos resultados do estudo foi a identificação do tipo de madeira, proveniente de florestas de carvalhos Europeus (“Quercus robur/ Q. petraea”), incluindo carvalhos Ibéricos (“Q. pyrenaica / Q. faginea”), permitindo concluir que se trata de um navio de construção ibérica.
A mais recente publicação dos resultados da investigação intitula-se ‘The Belinho 1 Shipwreck, Esposende, Portugal’, da autoria de Ana Almeida, Tânia Casimiro, Filipe Castro, Miguel Martins, Alexandre Monteiro e Rosa Varela Gomes, editada pela internacional e prestigiada Springer Nature.
A exposição patente no Forte de S. João Baptista está aberta todos os dias, excepto à segunda-feira.