OPINIÃO -

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Estamos melhor do que há quatro anos?

Chegados a término de um ciclo governativo é hora de fazer um balanço, realçando os lados positivos e negativos que marcaram a governação.

Importa salientar que a última legislatura ficou marcada por uma clivagem em relação àquilo que vinha sendo paradigma no nosso sistema democrático em que os governos resultavam das forças políticas mais votadas. Porém, desta vez, assim não aconteceu, fruto da união das esquerdas contra as forças de direita, então, vitoriosas nas urnas. Anos antes, António Costa teria criticado este modus operandi assente em “jogos partidários” (Ver Polígrafo SIC).  Palavras leva-as o vento e, em 2015, o mesmo António Costa serviu-se dos jogos políticos que outrora criticou para salvar a pele, politicamente falando, e livrar-se de não cair no mesmo goto para onde, de algum modo, atirou António José Seguro.

A apelidada geringonça derrubou o governo do PSD/CDS empossado dias antes por Cavaco Silva, retirando-lhe a oportunidade de governar o país no melhor momento desde o rebentar da crise económica. Vivíamos, então, um período de maior serenidade, com a confiança a crescer e os indicadores das nossas finanças públicas a darem já os primeiros sinais positivos depois da “tempestade”. De algum modo, podemos dizer que a direita encontrou uma casa em ruínas, “esfrangalhada”, sem teto e sem pão, reconstruiu-a e, no final desse custoso e duro trabalho, foi o PS que teve direito a lá morar gozando dos privilégios de quem adquire uma casa “chave na mão” sem nada ter feito para a merecer.

Por isso, custa-me, hoje, ouvir o PS dizer que foi o partido que “virou a página da austeridade”. Custa-me, porque não foi! Na verdade, se vivemos um difícil ciclo de austeridade, devemo-lo, sobretudo, ao (des)governo do Partido Socialista que levou o país ao colapso, a uma espécie de “paragem cardiorrespiratória”. Aliás, na história da nossa democracia, tivemos por três vezes a intervenção do Fundo Monetário Internacional (1977, 1983 e 2011) e, pasme-se, por três vezes, em governos liderados por Socialistas. Coincidência?!

Mas estamos melhor do que em 2015?

Gaba-se este governo de apresentar crescimento económico quando, na verdade, a maioria dos países da europa apresentam crescimento superior ao nosso e, numa lista de 25 países, estamos, apenas, na 17ª posição, atrás, até, da Grécia.

Temos, aliás, o 3º menor PIB per capita da zona euro (Ver Polígrafo SIC).

Gaba-se este governo de ter “virado a página da austeridade” mas, vendo bem as coisas, temos a maior carga fiscal de sempre (Ver Polígrafo SIC).

Gaba-se este governo de que o orçamento para a saúde nunca foi tão grande, no entanto, vale a pena ler o Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde para percebermos o pouco que se fez para melhorar o nosso SNS. Não acho que estejamos melhor no que à saúde diz respeito e, penso, inclusivamente, que o nosso distrito vai ficar a perder com o término do contrato de PPP no Hospital de Braga.

Entretanto, tivemos a bandalheira de Tancos (que ainda vai dar muito que falar!), tivemos as golas inflamáveis, tivemos pai e filha, marido e mulher no mesmo Conselho de Ministros, nomeações de familiares para cargos políticos e diz-se, por aí, que tudo isto é normal. Será?

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