Um estudante israelita fez uma visita de estudo ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau e foi visto, duas vezes, a fazer a saudação nazi. Depois de duas queixas, foi detido e multado pela polícia polaca este domingo.
O incidente foi esta segunda-feira confirmado Malgorzata Jurecka, porta-voz da polícia de Oswiecim, cidade do sul da Polónia onde se situa o campo de extermínio.
Segundo a mesma, os guardas do campo que, hoje, é um museu, viram o jovem a fazer a saudação nazi ao pé do portão principal, conseguindo provas do mesmo.
Tudo isto aconteceu no domingo e, ao final dessa tarde, o jovem foi acusado de exaltação pública do nazismo. Depois de admitir os atos, foi multado no valor de 350 euros.
A visita de estudo foi organizada pela escola secundária do mesmo, a Kiryat Bialik de Israel. Um colega de turma do mesmo disse, ao Times of Israel, que o jovem de 17 anos estava «apenas a acenar» a outra colega que estaria a tirar uma fotografia.
«Eu disse-lhe para baixar a mão porque não ficava bem», aponta a colega, queixando-se que os seguranças não deixaram ninguém explicar a situação.
Em vídeo gravado pelos estudantes, transmitido na televisão polaca, o jovem é visto a levantar o braço uma segunda vez, com a colega a tirar mais uma fotografia.
A saudação nazi é, na Polónia, ilegal. Os símbolos fascistas e a glorificação pública de ideais, vestuário ou gestos são proibidos por lei. O crime é punido com até dois anos de prisão.
O Ministério da Educação de Israel pronunciou-se, emitindo um comunicado onde aponta ter levado «muito a sério este incidente invulgar», considerando-o inaceitável e garantindo que não reflete os valores da educação da instituição.
O próprio Museu Auschwitz-Birkenau, por sua vez, deixou uma declaração no portal oficial. Segundo o mesmo, ter «tal ato» no local onde no local onde foram assassinados um milhão de judeus, bem como dezenas de milhares de polacos, ciganos, prisioneiros de guerra e outros, é profundamente ofensivo e moralmente repreensível, bem como violação da lei.
As visitas de estudo a locais relacionados com o Holocausto na Polónia são comuns para estudantes judeus israelitas sendo que, todos os anos, viajam cerca de 25 mil.
Foram apenas interrompidas durante três anos por divergências entre os governos dos dois países, mas foram retomadas em 2023.
Já em janeiro de 2022, uma turista holandesa foi detida por ter a mesma atitude que o jovem. Foi multada e classificou o ato como estúpido, dizendo-se arrependida.
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