O Tribunal de Braga já começou o julgamento do ex-presidente dos Bombeiros de Vila Verde, Carlos Braga, que está acusado pelo Ministério Público (MP) dos crimes de peculato e falsificação de documento por, alegadamente, ter recebido em 2016, em duplicado, verbas oriundas da Câmara Municipal e da Autoridade Nacional de Protecção Civil para pagamento de refeições aos soldados da paz em dias de incêndios.
Esta semana foram ouvidas várias testemunhas, o que continuará a acontecer no próximo dia 16 de Outubro.
Tal como “O Vilaverdense” noticiou oportunamente, a acusação, que envolve a própria Associação Humanitária dos Bombeiros locais, prende-se com o alegado recebimento ilegítimo de uma verba de 15.125 euros, paga pela Protecção Civil, depois de o Município ter liquidado a despesa com a alimentação dos soldados da paz, destacados para combate a incêndios.
O MP pede que aquela verba seja perdida a favor do Estado.
CARLOS BRAGA NEGA
Carlos Braga defende que a acusação resulta apenas de “um lapso administrativo” e garante que não teve intenção de defraudar os cofres públicos. “O Comandante Operacional, Alberto Lomba, dava a indicação das refeições que haviam sido precisas para os bombeiros e eu rubricava o documento, ou seja, os impressos fornecidos pela Protecção Civil”, afirma.
De qualquer modo, salienta, o dinheiro recebido de forma supostamente incorrecta é apenas de quatro mil euros.
“O Município pagava as refeições, ou os reforços de comida enviados pelos restaurantes, a nosso pedido, aos bombeiros no terreno, alguns deles de outras corporações, e muitas vezes de noite ou de madrugada”, explicou.
Carlos Braga garante que não quis beneficiar a associação de forma ilegal e evoca o seu passado, quer como profissional nas Finanças do Estado, quer como dirigente dos Bombeiros, durante 26 anos.