A Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela tem patente ao público, desde esta quarta-feira, uma exposição que recorda a vida do vilaverdense Manuel José de Oliveira, nascido em Marrancos em 1877, que se destacou pela sua actividade enquanto médico e político da Primeira República Portuguesa.
Na abertura da exposição, o primeiro momento das comemorações do 163º aniversário da fundação do concelho de Vila Verde, o presidente da Câmara, António Vilela, destacou a importância de valorizar a história e de dar a conhecer a vida de «tão ilustre figura».
«É uma das maiores personalidades do concelho do Vila Verde e é preciso valorizar. O Dia do Concelho deve servir precisamente para isso: lembrar a nossa história e as figuras que contribuíram para o seu crescimento», frisou.
Para o autarca, trata-se de uma «homenagem mais do que justa», que «provavelmente ainda não é suficiente para estar à altura da grandeza desta personalidade», mas permite dar «um primeiro passo» para lembrar «um profissional, estudioso e político de grande craveira».
José Alberto Bacelar, familiar do homenageado, explicou que Manuel José de Oliveira manteve sempre uma forte ligação à terra que o viu nascer, embora tenha também passado grande parte da sua vida em Ponte de Lima, sobretudo por razões profissionais.
«Foi um homem brilhante do seu tempo, muito considerado pelos seus pares, tanto na medicina como na política, que muito nos honra ter na família. Pela primeira vez, ouvimos falar desta personalidade na terra que o viu nascer», congratulou-se.
A exposição resulta de um desafio lançado por Manuela Barreto Nunes, com materiais cedidos pelo Município de Ponte de Lima – que já acolheu uma exposição semelhante – e o próprio espólio da família.
Filho de Tomás José de Oliveira e de Maria Maximina de Oliveira, Manuel José de Oliveira destacou-se como médico e pela sua actividade política, assumindo-se como grande defensor do Republicanismo, tendo sido também Governador Civil de Braga e administrador da Câmara de Ponte de Lima logo aquando da instauração da República.
«Falamos de um humanista na verdadeira acepção da palavra, que deixou marcas indeléveis na terra onde nasceu, mas também na região e no país. Provém de uma família também ela marcante», acentuou a vereadora da Cultura, Júlia Fernandes.
Manuel José de Oliveira morreu aos 40 anos, em Braga, no ano de 1918.