A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão decretou, esta segunda-feira, dia de luto municipal pela morte de Artur do Cruzeiro Seixas, um dos nomes mais importantes do movimento Surrealista em Portugal cuja obra está representada no Centro de Estudos do Surrealismo da Fundação Cupertino de Miranda, no concelho famalicense.
Cruzeiro Seixas faleceu este domingo, com 99 anos. Em 2015, foi homenageado com a medalha de honra do município de Vila Nova de Famalicão na sessão solene comemorativa do Dia da Cidade.
Pintor, poeta e artista de corpo inteiro, Cruzeiro Seixas esteve ligado, desde os seus inícios, ao grupo ‘Os surrealistas’, ao lado de António Maria Lisboa, Mário Cesariny, Mário Henrique Leiria e Pedro Oom, entre outros. O seu percurso, marcado sempre pela vertiginosa procura de absolutos, próximo filosófica e vitalmente dos ideais próprios do surrealismo, foi consagrado com a atribuição do Prémio Artista do Ano, em 1989, e com a edição de um álbum integrando numerosos testemunhos.
Em 1999 doou a totalidade da sua colecção à Fundação Cupertino de Miranda, de Famalicão.
Encontra-se representado em diversas colecções privadas e em instituições como o Museu do Chiado (Lisboa), Centro de Arte Moderna da Fundação Caloust Gulbenkian, Biblioteca Nacional, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda (V. N. de Famalicão), Museu Machado de Castro (Coimbra), Fundação António Prates (Ponte de Sor), Fundación Eugenio Granell (Galiza) ou o Museu de Castelo Branco.
Em 2013, Cruzeiro Seixas foi homenageado pelo município famalicense com a atribuição do seu nome a uma das principais ruas de acesso ao Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão.
“Partiu um amigo de Famalicão. Um artista único cuja obra vai permanecer viva em Famalicão. O município estar-lhe-á eternamente agradecido pela projecção cultural e artística que trouxe a Vila Nova de Famalicão. Aos seus familiares e amigos expresso as minhas mais sinceras condolências”, afirma Paulo Cunha, presidente da autarquia.
Foto Nelson Garrido