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Fátima, sempre foi, já é e será sempre mais (50). Os lugares e as pessoas são as verdadeiras fontes da verdade

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Por Salvador de Sousa

Eis-nos chegados à crónica número cinquenta, escrevendo sobre Nossa Senhora e da devoção dos povos desde a Anunciação do Anjo São Gabriel. Vou continuar a escrever sobre este tema.

Esta crónica vai constar de uma transcrição da Irmã Lúcia, descrevendo a sua despedida da terra natal que entendo interessante dar a conhecer aos leitores:

«Do meu poço despedi-me já alumiada pelo pálido clarão da lua, e da velha eira, onde tantas vezes tinha passado longas horas contemplando o lindo céu estrelado e as maravilhas do nascer e do pôr do sol (…)

Sem me despedir de ninguém, no dia seguinte, às duas horas da manhã, acompanhada da minha mãe e dum pobre trabalhador que vinha para Leiria, chamado Manuel Correia, pus-me a caminho, levando inviolável o meu segredo.

Passámos pela Cova da Iria, para aí fazer as minhas últimas despedidas, rezei aí pela última vez o meu Rosário e, enquanto avistei o local, fui-me voltando para trás, como que a dizer-lhe o meu último adeus. Chegamos a Leiria aí pelas nove da manhã (17 de junho de 1921); lá me encontrei com a senhora D. Filomena Miranda, mais tarde minha madrinha do Crisma, encarregada de me acompanhar.

O comboio partia às duas da tarde e lá estava eu na estação a dar a minha mãe o meu abraço de despedida, deixando-a mergulhada em abundantes lágrimas de saudade. O comboio partiu e com ele o meu pobre coração mergulhado em um mar de saudades e recordações que era impossível esquecer.»

Foi, nesse dia, que chegou ao Porto, como já se disse em crónica anterior, dando entrada no Internato do Vilar, quase em frente ao Seminário com a mesma denominação.

Foi em 1926, quando parte para o Noviciado da congregação em Espanha, que a Irmã Lúcia recebeu ordens de iniciar a divulgação ao mundo a devoção ao Coração Imaculado de Maria. A partir daí, não descansou e junto dos confessores, do clero, inclusivamente dos Sumos Pontífices, ao longo do tempo, pediu para que fosse espalhada por todos os povos esta devoção.

Em 1940, dirigindo-se, por escrito, ao Papa Pio XII, «pediu para que se propagasse no mundo a comunhão reparadora nos primeiros sábados de cinco meses seguidos, fazendo com o mesmo fim uma confissão, um quarto de hora de meditação sobre os mistérios do rosário, e rezar o terço, com o fim de reparar os ultrajes, sacrilégios e indiferenças cometidas contra o Seu Imaculado Coração.

Às pessoas que praticarem esta devoção promete a nossa boa Mãe do Céu assistir na hora da morte com todas as graças necessárias para se salvarem.»

Numa carta que a Irmã Lúcia escreve conta, em 1929, aquilo que Nossa Senhora lhe disse, numa outra aparição, sobre a consagração do mundo e da Rússia ao Coração Imaculado de Maria: «É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo, por este meio, salvá-la…»

Na mesma mensagem enviada ao Santo Padre, em 24 de outubro, foi perentória: «Santíssimo Padre, o nosso Bom Deus, em várias comunicações íntimas, não tem cessado de insistir neste pedido, prometendo, ultimamente, se Vossa Santidade se digne consagrar o Mundo ao Coração Imaculado de Maria com menção especial pela Rússia abreviar os dias de tribulação com que tem determinado punir o mundo com seus crimes por meio da guerra, da fome e da perseguição à Igreja e a Vossa Santidade…

O nosso Bom Deus parece comunicar-se, por vezes, tão amargurado com a perda dum tão grande número de almas e com as perseguições que Vossa Santidade é objeto… Não tenho podido deixar de o manifestar em várias cartas particulares a Sua Ex.a Reverendíssima, o sr. Bispo de Leiria… Parece-me, Santíssimo Padre, que não sou enganada, pois que Deus se faz sentir tão realmente na minha alma que me é impossível duvidar.»

Principal fonte destas crónicas: “Fátima Altar do Mundo”, 3 volumes, sob a direção literária do Dr. João Ameal da Academia Portuguesa da História; direção artística de Luís Reis Santos, historiador de arte e diretor do Museu Machado de Castro, Coimbra; realização e propriedade de Augusto Dias Arnaut e Gabriel Ferreira Marques,..

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