A Distrital de Braga do Chega nomeou – conforme “O Vilaverdense” noticiou – o militante José Luís Moreira para líder concelhio em Vila Verde, em substituição de Fernando Silva, conhecido como Feitor, exonerado em outubro.
Porém, o antigo líder e actual vereador na Câmara Municipal sustenta, em comunicado, que o acto é ilegal.
“A nomeação, por revestir total ilegalidade, convoca-nos para pedir uma tutela jurisdicional que defenda valores de segurança jurídica, de institucionalismo, de democracia e participação. Em nome da nossa liberdade não nos podemos calar”, afirma.
Embora sem o especificar, Fernando Silva defende que a Distrital actua sem quórum após várias demissões de membros do órgão. E estuda a hipótese de recorrer aos tribunais.
“Não vamos sair, sem levar à exaustão o respeito escrupuloso com os compromissos que nos levaram a escolher este partido. A actual nomeação em Vila Verde suscita uma reserva de princípio, sobre a qual bater-me-ei no debate interno, defendendo que as Comissões Locais devem ser eleitas”, acrescenta.
Contactado pelo jornal “O Vilaverdense”, José Luís Moreira respondeu que a Distrital tem quórum, pois, após a saída de quatro membros, ainda ficou com cinco.
“A minha indigitação é legal, porque está de acordo com os estatutos e não há lei geral que se lhes sobreponha”, referiu.
Já o presidente da Distrital Filipe Melo e a assessoria de imprensa do Chega não se quiseram pronunciar, mas ambos reafirmam a legalidade do acto.
O COMUNICADO
Para esclarecimento dos leitores, aqui deixámos o comunicado de Fernando Silva: “A exoneração da Concelhia de Vila Verde foi um acto politicamente irresponsável e um acto ilegal dirigido ao vereador eleito, mas acima tudo contra os eleitores que votaram no “Chega” no concelho de Vila Verde.
O povo que votou no “Chega” aspira a uma mudança da forma de fazer política, fundada em valores e pautada por respeito a regras.
Os partidos são instituições. Os militantes servem o partido e o partido serve os interesses supremos do país.
Quando o partido a que pertenço inverter a pirâmide e deixar de ver os interesses supremos das comunidades que representamos, o serviço ao nosso país, perdeu o seu foco.
Infelizmente, as guerras pessoais, entre “apoiantes e (des)apoiantes” (des)credebiliza o partido e a hora “é dos bons teimarem ficar para os maus não tomarem conta do partido”.
Mas a questão é outra.
A nomeação, por revestir total ilegalidade, convoca-nos para pedir uma tutela jurisdicional que defenda valores de segurança jurídica, de institucionalismo, de democracia e participação, que pelo rumo que levam, não podem merecer o nosso silêncio e alertam a nossa consciência para agir. Em nome da nossa liberdade não nos podemos calar”.
MOREIRA COOPERA COM FEITOR
José Luís Moreira assumiu, esta sexta-feira, as funções de presidente da Comissão Política do Chega de Vila Verde.
O actual membro da Assembleia Municipal sucede no cargo ao vereador Fernando Silva, que não integra o novo elenco da Concelhia depois de ter sido exonerado após as últimas Eleições Autárquicas.
Ao jornal “O Vilaverdense”, José Luís Moreira disse que os problemas existentes no passado são «dores de crescimento» de um partido recente e que «o primeiro objectivo» da sua equipa «é tentar estabilizar as relações com a Distrital e unir» a estrutura.
«Queremos fazer um trabalho de unificação que nos permita pôr em prática algumas das ideias que já temos, conseguindo atrair novos elementos para o Chega e fazendo com que o partido continue a crescer», explicou.
APOIO AO VEREADOR
Embora Fernando Silva não faça parte da nova Comissão Política do Chega, José Luís Moreira garante que o partido continuará a colaborar com o seu representante no executivo da Câmara Municipal de Vila Verde.
«Obviamente que terá o nosso apoio enquanto se mantiver em funções. Estaremos cá para colaborar», assegurou.
A tomada de posse da nova Concelhia ocorreu esta sexta-feira, durante um jantar realizado em Gême, com a presença do presidente da Distrital, Filipe Melo, além de outros representantes locais e regionais do partido.
