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Fenprof diz que há 92 mil alunos sem todos os professores atribuídos nas escolas portuguesas

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que haja 92 mil alunos sem todos os professores atribuídos, uma “situação que se irá agravar” nas próximas semanas com o aumento de aposentações e eventuais atestados médicos.

“O ano lectivo começa mal” e provavelmente será “um dos piores”, alertou esta segunda-feira o líder da Fenprof, Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa, em Lisboa, para fazer um balanço do início do ano escolar.

“Neste momento, calculamos que mais de 92 mil alunos não tenham um ou mais professores”, disse Mário Nogueira, sublinhando que “a situação se vai agravar até ao final do ano”.

Um dos motivos são as aposentações até 31 de Dezembro que, segundo estimativas da Fenprof, significam que mais 3.500 docentes com turmas atribuídas neste momento irão deixar de dar aulas até ao final do ano e muitos outros professores que “agora vão entrar em situação de atestado médico”.

A colocação, na passada sexta-feira, de 2.400 professores “não resolveu os problemas”, segundo responsável, que deu o exemplo de uma escola lisboeta que “tinha 25 horários (vazios) e hoje tem 22 horários” sem docentes atribuídos. Além disso, acrescentou, “é preciso perceber se esses três professores vão aceitar a colocação”.

Mário Nogueira defendeu que os baixos ordenados e o elevado custo de vida impede muitos de aceitar a colocação. O professor deu como exemplo um docente do Porto colocado em Lisboa que tem de pagar uma renda, além de combustíveis e portagens.

“Se quiser estar com a família ao fim-de-semana, gasta, no mínimo, 600 euros num quarto e gasta em combustível 300 euros e em portagens mais 200 euros. Ou seja, gasta 1.100 euros. E qual é o salário dele? 1.100 euros”, disse, concluindo que “é por isso que a luta dos professores vai continuar”.

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