Ao longo de mais de duas dezenas de anos, desde Junho de 1996, o fotojornalista Alfredo Cunha captou diversos momentos de uma das mais icónicas, características e pitorescas tradições do Minho: a Bênção dos Animais em Santo António de Mixões da Serra.
Os registos dão agora corpo a um livro editado pela Câmara de Vila Verde e a uma exposição, que desde este sábado está patente na Biblioteca Municipal Professor Machado Vilela, valorizando aquela cerimónia tão própria que anualmente acontece no alto de Valdreu, no Norte do concelho.
Numa sessão aberta pela Banda Musical de Aboim da Nóbrega, a vereadora da Cultura, Júlia Fernandes, destacou que a edição do livro e a exposição permitem «cumprir um sonho de muitos anos» e ainda homenagear o padre António Marques, que durante muitos anos cumpriu esta prática.
«Há muito que queríamos eternizar esta romaria única, que é uma imagem de marca de Vila Verde. É isso que fazemos agora, com esta obra de arte que ficará para a eternidade e para que os vindouros possam apreciar», destacou.
No mesmo sentido, o presidente da autarquia, António Vilela, considera que se trata de uma obra que «homenageia todos aqueles que ao longo dos anos fizeram esta festa» e retrata a memória de um «povo genuíno».
«Somos um povo que preserva as tradições e que lhes pretende dar continuidade, como prova esta edição. O Alfredo Cunha captou como ninguém as expressões as características das nossas gentes», elogiou.
«A NOSSA MEMÓRIA»
Natural de Celorico da Beira e desde 1995 radicado em Vila Verde, Alfredo Cunha assumiu que há muito tempo pretendia colocar em livro e expor os muitos registos fotográficos que conseguiu captar na Bênção dos Animais.
«Já fiz centenas de exposições, mas este é um momento especial, porque é um projecto que há muito queria executar. O que aqui está é a nossa memória, o que são os portugueses, o nosso ADN», explicou.
A exposição estará patente na Biblioteca Municipal ao longo deste mês.
