REGIÃO

REGIÃO -

Freguesias de Barcelos, Esposende e Póvoa de Varzim protestam este sábado contra “fedor” de aterro sanitário

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

Share on facebook
Share on twitter

TÓPICOS

As populações de Apúlia e Fão, de Esposende, e Cristelo, Barqueiros, Paradela e Vila Seca, de Barcelos, juntam-se a aos habitantes de outras quatro freguesias da Póvoa de Varzim à manifestação deste sábado contra o “fedor” que dizem emanar do aterro sanitário do Vale do Lima e Baixo Cávado.  O BE e o PCP querem explicações do Governo e da Comissão Europeia.

Félix Marques, presidente da Junta de Freguesia de Laúndos, Póvoa de Varzim, que tem vindo a liderar a contestação, disse esta sexta-feira à Lusa que o cheiro “é insuportável” e se faz sentir, sobretudo, ou de manhã ou à noite, situação que se repete nas freguesias poveiras de Rates, Aguçadoura, Navais e Estela.

“São freguesias que estão à volta do aterro e que vão sofrendo, à vez, os efeitos dos maus cheiros, dependendo do lado para que sopra o vento”, explicou.

Garantiu que a luta “não vai parar” até que seja restituída às populações “a qualidade de vida perdida”.

O aterro, que está localizado na freguesia barcelense de Paradela, é gerido pela empresa Resulima, responsável pela recolha de resíduos nos municípios de Arcos de Valdevez, Barcelos, Esposende, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo.

PCP E BE QUEREM EXPLICAÇÕES

Em nota ao PressMinho, o PCP e o Bloco de Esquerda denunciam más condições do aterro, associando-se ao protesto das populações e autarquias destas 11 freguesias.

Perante esta situação, o grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República questionou o Ministério do Ambiente e da Acção Climática, reclamando “medidas excepcionais, desta feita eficazes e céleres, com vista à resolução dos impactos dos odores emitidos”.

A Direcção da Organização de Braga lembra que Resulima é composta por maioritariamente por capitais da Empresa Geral do Fomento (empresa do grupo Águas de Portugal privatizada ao Grupo Mota-Engil em 2014 por decisão do governo PSD/CDS-PP). “Depois de anos como consultor do Grupo Mota-Engil, Paulo Portas foi recentemente nomeado Administrador do mesmo”, refere os comunistas na nota.

Recordando as “multiplicas as contestações por parte da população e autarcas da região, devido aos maus cheiros que se fazem sentir constantemente”, os eurodeputados do BE Marisa Matias e José Gusmão endereçaram uma pergunta à Comissão Europeia sobre o aterro.

Considerando que a “situação é grave e conflitua” com o disposto na Directiva-Quadro da Água, transposta para Portugal através da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, os bloquistas querem saber que medidas a Comissão Europeia vai tomar para garantir o cumprimento da Directiva-Quadro da Água no âmbito do aterro do Baixo Cávado e Vale do Lima

ESTADO EM TRIBUNAL

O aterro entrou em funcionamento no início de 2022, mas, desde então, tem gerado a contestação dos habitantes das freguesias limítrofes.

Em Janeiro deste ano, depois de uma segunda vistoria, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) anunciou que “estão reunidas as condições” para a emissão das licenças de exploração que ainda faltam para aquela estrutura.

O organismo ressalvava, no entanto, que a emissão das licenças devia incluir, como condições ou medidas, a criação de uma barreira cénica e a implantação de uma cortina arbórea no extremo sul da instalação, no prazo máximo de dois meses.

Outra condição é a apresentação, também no prazo de dois meses, dos resultados do ‘Estudo de avaliação de medidas adicionais de mitigação da emissão de odores’, com indicação detalhada do planeamento das novas medidas adicionais a implementar.

No mesmo mês, a Resulima garantiu que tem vindo a implementar “várias medidas operacionais” no sentido de optimizar o processo produtivo, com o “objectivo primeiro” de minimizar qualquer impacto nas populações vizinhas.

A Junta de Laúndos já recorreu às instâncias da União Europeia para denunciar que os fundos utilizados pela Resulima “prejudicam gravemente a qualidade de vida” das populações vizinhas.

Por sua vez, a Câmara da Póvoa de Varzim anunciou a interposição de uma acção judicial contra o Estado, por considerar que não existiu fiscalização suficiente ao aterro.

Share on facebook
Partilhe este artigo no Facebook
Share on twitter
Twitter
COMENTÁRIOS
OUTRAS NOTÍCIAS

PUBLICIDADE

Acesso exclusivo por
um preço único

Assine por apenas
3€ / mês

* Acesso a notícias premium e jornal digital por apenas 36€ / ano.