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Funcionária administrativa recebe quase 50 mil euros e sai dos Bombeiros de Vila Verde

A funcionária administrativa Lurdes Calais e a Direcção dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde chegaram a acordo, no Tribunal de Trabalho de Braga, para a saída da colaboradora da instituição, mediante o pagamento de uma verba a rondar os 50 mil euros.

O entendimento ocorreu na sequência de negociações entre as partes, mediadas pelo juiz titular do processo, o que impediu que o julgamento se iniciasse. O caso foi tratado pelos advogados António Almeida e Reinaldo Martins, este em representação dos Bombeiros.

“O Vilaverdense” contactou Lurdes Calais, de 57 anos e com 35 de trabalho nos bombeiros, a qual disse apenas que aceitou aquele montante por se tratar de uma associação humanitária, de que também é sócia.

«Se fosse uma entidade privada não aceitava este valor», afirmou, escusando-se a comentar o caso.

A trabalhadora recorreu ao tribunal após ter sido alvo, em 2019, de um processo disciplinar que culminou numa pena de suspensão por dez dias depois de uma discussão com um colega de trabalho.

Lurdes Calais, que acusou o presidente da Direcção, Paulo Renato Rocha, de ter tomado o partido do outro funcionário, diz que a punição foi “injusta e infundada” e que a queriam despedir sem causa.

A seguir, apresentou queixa na GNR contra o presidente, acusando-o de a ter perseguido, de automóvel, num dia à noite.

PERSEGUIÇÃO?

Lurdes Calais disse, na ocasião, que vivia um «clima de perseguição interna», visando despedi-la, apesar de, então, ter 34 anos de casa e «uma dedicação completa» aos Bombeiros.

Em resposta, Paulo Renato – que tentámos contactar, sem êxito – disse que «nunca perseguiu ninguém» e sublinhou que tal garantia se reporta, quer a aspectos profissionais, quer a pessoais. «Não tenho nada contra ela», assegura, negando ter tido a intenção de a despedir.

O dirigente acrescentou que o processo nasceu de um incidente entre funcionários, tendo o processo disciplinar e respectiva nota de culpa sido elaborado por um advogado que não pertence nem trabalha com os Bombeiros.

O resultado do processo de inquérito e a nota de culpa que daí adveio – diz Paulo Renato – foram analisados favoravelmente pela maioria clara dos membros da Direcção e «não em função do livre arbítrio do seu presidente».

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