A futura ligação de Alta Velocidade (TGV) entre Portugal e Galiza vai contar com a construção do maior viaduto da Península Ibérica. A ponte internacional sobre o rio Minho, com mais de quatro quilómetros de extensão, vai unir Valença, em Portugal, e Tui, na Galiza.
Com uma extensão total de 4.324 metros, o novo viaduto vai superar a atual estrutura mais longa da Península, cruzando o rio Guadalete, em Espanha (3.221 metros). O jornal galego “Faro de Vigo” diz que a ponte será construída a cerca de três quilómetros a montante da atual travessia ferroviária, perto da estação de tratamento de águas de Guillarei.
A responsabilidade da construção será partilhada entre os dois países: o Governo de Espanha ficará com 2,5 quilómetros da obra, enquanto Portugal será responsável por 1,9. O projeto inclui três pilares sobre o rio Minho e uma inclinação de até 1,5% na chegada ao território português. A linha de TGV vai seguir por áreas ambientalmente sensíveis, como o Baixo Minho, Gándaras de Budiño e o Monte Aloia. Inicialmente, o traçado seguirá paralelo à linha atual por três quilómetros, com ligação ao terminal de mercadorias de As Gándaras.
A nova linha de alta velocidade foi desenhada para contornar o centro histórico de Valença. No entanto, ainda não é claro se Portugal vai ligar a travessia à estação ferroviária existente, junto à fortaleza, ou se construirá uma nova estação dedicada ao TGV, uma prática mais comum em Espanha.
Para Xoan Vázquez Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico (entidade que promove a cooperação transfronteiriça), esta novidade avançada pelo “Faro de Vigo” é «uma excelente notícia», apesar de «alguns atrasos» no estudo prévio do primeiro troço Vigo–O Porriño. O anúncio da licitação do segundo troço e a divulgação do traçado da ponte indicam que as três partes da linha até Portugal estão agora desbloqueadas.
«Portugal já há algum tempo está a preparar tudo até Braga. Têm tudo perfeitamente orientado e estão a desenvolver os projetos de engenharia», referiu Xoan Vázquez Mao, apontando que isso significa que o troço entre Braga e a fronteira também está desbloqueado, e que todo o processo está em andamento.
A Direção-Geral do Setor Ferroviário, responsável pela iniciativa, aumentou o valor do estudo prévio para 968 mil euros. O novo caderno de encargos detalha as larguras previstas para a plataforma da via, as secções para passagens inferiores e superiores, e as inclinações. O comprimento previsto para a ponte que ligará o traçado à rede portuguesa foi reduzido em cerca de 100 metros.
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Com Jornal de Notícias