O presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Vila Verde, José Santos, negou, na última audiência de julgamento no Tribunal de Braga, que o ex-presidente da Câmara local, António Vilela, tenha intercedido no sentido de que fosse dada uma garantia bancária de 500 mil euros à empresa Val D’Ensino, para que esta se pudesse candidatar à privatização de 51 por cento da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV).
A testemunha desmentiu, assim, o que dissera ao Ministério Público aquando do inquérito ao processo, o que levou o juiz-presidente a admoestá-lo, por duas vezes, avisando-o para “não brincar com o Tribunal” e pondo a hipótese de extrair – quando acabar o seu testemunho na próxima audiência – uma certidão para inquérito por falsas declarações.
A pedido do Ministério Público, o Tribunal leu o que o gestor bancária disse na fase de inquérito, ou seja, que a Caixa aceitou prestar a garantia devido a pedidos nesse sentido, feitos quer pelo ex-autarca, quer pelo então vereador, Rui Silva, e também por João Luís Nogueira. Estes dois são arguidos no caso, conjuntamente com João Luís Nogueira, o sócio principal da Val D’Ensino.
José Santos explicou a aparente contradição, dizendo que era apenas uma questão de “interpretação” e que conversou com Vilela sobre a venda da Escola, mas sem que este interferisse ou o pressionasse para que concedesse a garantia.
O bancário salientou que a garantia bancária foi dada porque o ex-vereador Rui Silva aceitou ser fiador, com garantias reais sem as quais não tinha sido dada: “A Caixa aceitou porque entendeu que Rui Silva tinha “idoneidade e bens para o fazer”.
Nos seus depoimentos, quer Vilela quer Nogueira, negaram que tenha havido favor na prestação de garantia, tendo o autarca assegurado que nunca se reuniu com José Santos.
Conforme jornal o Vilaverdense tem relatado, os três arguidos estão a ser julgados por corrupção no processo de venda.
Por Luís Moreira
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