A empresa responsável pela gestão da rede elétrica de Espanha descartou, esta terça-feira, a possibilidade de o apagão de segunda-feira na Península Ibérica ter sido provocado por um ciberataque à companhia.
“Com as análises que podemos realizar até agora, podemos descartar um incidente de cibersegurança nas instalações da Red Elétrica”, disse o diretor de operações da Red Elétrica de Espanha (REE), Eduardo Prieto, numa conferência de imprensa em Madrid.
Prieto insistiu em que não foi detetada “nenhuma intrusão” nos sistemas de controlo da empresa.
Segundo o diretor da REE, a empresa trabalhou desde segunda-feira com o Instituto Nacional de Cibersegurança de Espanha, que está na tutela do Centro Nacional de Inteligência.
“E esta manhã podemos concluir que efetivamente não houve nenhum tipo de intrusão nos sistemas de controlo da Red Elétrica que possa ter provocado o incidente”, afirmou.
Eduardo Prieto explicou que na segunda-feira foi identificado “um elemento compatível com uma perda de geração” no sudoeste de Espanha “que foi superado satisfatoriamente”, mas que 1,5 segundos depois ocorreu um segundo, coincidindo com o momento do apagão.
O diretor da gestora da rede nacional espanhola acrescentou que “é muito possível que a geração [de eletricidade] afetada possa ser solar”, mas sublinhou que todas estas conclusões são preliminares e pediu para serem evitadas especulações sobre a origem do apagão inédito na Península Ibérica.
ESPANHA NEGA FENÓMENO ATMOSFÉRICO RARO
A Agência Estatal de Meteorologia de Espanha (Aemet) negou, na manhã desta terça-feira, qualquer fenómeno atmosférico raro registado na segunda-feira, quando a Península Ibérica ficou às escuras.
No dia de ontem, correu a informação de que a falha na rede elétrica espanhola estaria relacionada com um fenómeno raro, o que viria a ser mais tarde desmentido pela REN – Redes Energéticas Nacionais.
Numa publicação na sua página no Facebook, a Aemet informa que “durante o dia 28 de abril não foi detetado nenhum fenómeno meteorológico ou atmosférico invulgar, nem variações bruscas de temperatura na nossa rede de estações meteorológicas”.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse na segunda-feira à noite que não estava descartada nenhuma hipótese para explicar o apagão elétrico na Península Ibérica, um “desaparecimento súbito”, em “apenas cinco segundos”, de 15 gigawatts de produção.
“Nunca tinha acontecido uma queda a zero do sistema”, disse Sánchez, numa declaração ao país em Madrid, após uma reunião do Conselho Nacional de Segurança de Espanha.
O apagão, que afetou todo o território de Portugal e de Espanha continentais, ocorreu às 11h33 de Lisboa.