O Almirante Henrique Gouveia e Melo, de 64 anos, vai, esta quinta-feira, apresentar, oficialmente, a candidatura à Presidência da República. Caracterizando-se como estando no «centro pragmático», entre o socialismo e a social-democracia, ex-Chefe da Marinha destacou-se na gestão da pandemia de Covid-19, o que o trouxe à política.
Nasceu em Quelimane, Moçambique, em 1960, mudando-se para o Brasil depois do 25 de Abril. Só voltou a Portugal depois do 25 de novembro de 1975. A carreira militar começou em 1979, na Escola Naval, onde se especializou em Comunicações e Guerra Eletrónica. Ganhou destaque como membro da esquadrilha de submarinos, participando em missões, e, entre 2017 e 2020, foi Comandante Naval e liderou o apoio às populações afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande.
Em 2021, foi escolhido para liderar, também, a task force da vacinação contra a pandemia da Covid-19. Aqui, ganhou a confiança nacional, pela capacidade de organização e comunicação direta ao gerir as Forças Armadas na crise sanitária.
Em setembro desse ano, quando a task force terminou, o Governo anunciou que lhe ia propor ser Chefe da Marinha. Embora em processo polémico, Gouveia e Melo assumiu o cargo a 27 de dezembro de 2021 e, depois, foi promovido a Almirante até 2024, ano em que passou à reserva.
Candidatura a Belém garante ser «muito diferente do atual presidente»
Durante meses, a candidatura de Gouveia e Melo foi um “tabu”, mas, pouco a pouco, a sua visão de Presidente «isento e independente de lealdades partidárias» no «centro pragmático» foi-se moldando.
Embora, em 2023, ter garantido que não se ia candidatar: «as pessoas têm que entender que quando eu digo que não é não», isso mudou.
Em agosto, numa entrevista à Euronews, defendeu o direito e dever dos militares na reserva de participar na vida democrática. Em setembro na RTP3, não incluiu mas também não excluiu a possibilidade de uma candidatura.
Criticou a «partidarização do mais alto cargo do Estado» e a defende que a política não deve ser exclusiva de «políticos de carreira». A 14 de maio de 2025, confirmou a candidatura à Renascença. «Não há dúvidas. Vou ser mesmo candidato à Presidência da República».
Gouveia e Melo diz-se motivado pela «instabilidade interna» e garante que é «muito diferente do atual Presidente» Marcelo Rebelo de Sousa. Esta quinta-feira, com a oficialização da candidatura, esperam-se mais detalhes no seu programa.
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