O Sistema de Segurança Interna (SIS) anunciou, esta sexta-feira, que o grau de ameaça terrorista em Portugal passou de ‘Moderado’ para ‘Significativo’, no rescaldo do ataque levado a cabo pelo grupo islâmico Hamas contra Israel, a 7 de Outubro.
O organismo assegurou estar a acompanhar “a evolução da situação de segurança e eventuais impactos na segurança interna decorrentes do agravamento do conflito entre Israel e o Hamas” em colaboração com os seus parceiros internacionais e nacionais, para “coligir de forma sistemática indícios que permitam, no contexto dos potenciais agentes de ameaça, identificar e caracterizar intenções e capacidades”.
“Desta forma, o SIS considerou existirem condições que justificam a alteração do grau de ameaça terrorista em Portugal de ‘Moderado’ para ‘Significativo'”, anunciou a entidade, em comunicado enviado às redacções.
A decisão foi tomada na sequência de uma reunião extraordinária que decorreu na quinta-feira, dia 19 de Outubro, da UCAT/Unidade de Coordenação Antiterrorismo, na qual estiveram “dirigentes máximos ou nacionais” e “um representante da PGR como convidado”, no cumprimento do Plano de Coordenação, Controlo e Comando Operacional das Forças e Serviços de Segurança.
“A UCAT, em formato dirigentes, já tinha reunido ordinariamente no passado dia 9, dois dias após o ataque terrorista do Hamas a Israel, tendo de imediato coordenado o reforço pontual de medidas adequadas de segurança destinadas a pessoas e estabelecimentos, diplomáticos e outros, considerados de maior sensibilidade ou risco”, apontou a missiva.
E continuou: “A UCAT validou esta alteração do grau de ameaça por razões eminentemente preventivas e de cautela, acompanhando de igual modo os outros parceiros europeus – em alguns dos quais tendo-se registado acções terroristas perpetradas por actores isolados radicalizados, de difícil detecção – na medida em que não se registam quaisquer indícios que apontem para o desenvolvimento de acções terroristas em território nacional.”
Desta forma, e de acordo com a entidade, “este grau de classificação de ameaça significa que as Forças e Serviços de Segurança em Portugal irão continuar a acompanhar, no quadro da UCAT e proactivamente, a evolução da situação de Segurança, adoptando de forma flexível e pragmática as medidas de segurança, passivas e activas, que vierem a considerar necessárias”, naquele que é um “contexto de adequação e proporcionalidade, no quadro de uma vigilância cooperativa reforçada”.
O SIS considerou, assim, que a escalada do conflito no Médio Oriente “acrescentou mais complexidade à ameaça terrorista de matriz islamita na Europa, tal como ficou patente com a ocorrência de ataques terroristas em solo europeu reconduzíveis a este conflito, mas igualmente enquadráveis no estado de ameaça que impende sobre a Europa”.
“Sempre que se considere útil e necessário o Sistema de Segurança Interna divulgará, em articulação com as Forças e Serviços de Segurança, a informação considerada relevante sobre esta matéria”, rematou.