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Grupo Solverde anuncia fim da ligação à empresa familiar de Montenegro

O Grupo Solverde anunciou, esta quarta-feira, a cessação do contrato de prestação de serviços com a Spinumviva, empresa que pertenceu ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, em nome da defesa do seu bom nome e reputação.

“Não obstante a Spinumviva ter cumprido integralmente as suas obrigações para com a Solverde e prestado continuamente os seus serviços de forma profissional, entenderam as duas empresas, ponderando o atual contexto e visando exclusivamente a salvaguarda do bom nome e da reputação de ambas, que a cessação da referida relação de prestação de serviços constitui, nas atuais circunstâncias, a solução mais adequada, permitindo à Solverde a escolha, no decurso do corrente mês de março, de um novo prestador de serviços com menor exposição pública”, lê-se num comunicado enviado pelo grupo Solverde à agência Lusa.

Segundo este grupo, a decisão “revela-se essencial para proteger a Solverde” perante a “divulgação de factos que não correspondem à verdade, com a mistura intencional de verdades e mentiras e a consequente especulação sem qualquer fundamento”.

A Solverde afirma ser uma empresa “com mais de meio século de existência, cujos nome, valores, elevados padrões éticos, bem como os seus contributos de responsabilidade social e o relevante número de trabalhadores que emprega, merecem cuidada defesa face aos ataques e referências que, no âmbito de um turbilhão mediático, têm vindo a colocar em causa a sua integridade e o seu prestígio”.

A empresa sediada em Espinho refere que a Spinumviva “prestou, à Solverde, desde julho de 2021, serviços especializados no âmbito do ‘compliance’ e da proteção de dados pessoais, com intervenção de profissionais que se mostraram sempre qualificados e disponíveis, assegurando o suporte técnico necessário e as respostas às consultas apresentadas, incluindo o exercício, por intermédio do senhor dr. André Costa, da função de Encarregado de Proteção de Dados (“EPD”), bem como a implementação integral das exigências do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados e da legislação aplicável”.

“Finalmente, perante afirmações muito graves proferidas por algumas pessoas e entidades, afirmações essas que considera profundamente atentatórias do seu bom nome, a Solverde reafirma o seu compromisso com a respetiva defesa, manifestando a sua intenção de adotar todas as diligências que se revelem necessárias”, conclui o texto enviado à Lusa.

De acordo com a edição de sexta-feira do semanário Expresso, o grupo de casinos e hotéis Solverde pagava à empresa detida pela sua mulher e filhos de Luís Montenegro, a Spinumviva, uma avença mensal de 4500 euros desde julho de 2021, por “serviços especializados de ‘compliance’ e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais”.

A notícia dessencadeou uma acesa polémica entre os partidos políticos e levou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, a fazer uma comunicação ao país no sábado, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, na qual anunciou que Spinumviva passaria a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e iria mudar de sede.

O primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.

A Spinumviva emitiu esta quarta-feira um comunicado para indicar que a doação de quotas da mulher do primeiro-ministro para os seus filhos foi consumada, mudando-se igualmente a sede para o Porto, conforme tinha sido anunciado por Luís Montenegro no sábado.

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