O ministro da Agricultura disse, esta segunda-feira, que acredita que “há um grande número [de incêndios] de origem criminosa” e que é “preciso ver quais são as motivações” de quem provoca os fogos.
José Manuel Fernandes falava aos jornalistas em Bruxelas, à margem de uma reunião com os congéneres da União Europeia.
Questionado sobre as causas dos incêndios da última semana em Portugal, o governante afirmou: “O que eu sei é que há uma grande maioria de origem criminosa. Presumo que todos tenham essa percepção, eu tenho essa certeza até. É preciso agora ver quais são as motivações dessa acção criminosa que prejudica todos, que põe em causa vidas humanas e que é absolutamente inaceitável. (…) Uma elevadíssima percentagem é de origem criminosa.”
O ministro defendeu também a simplificação e uma maior rapidez nos apoios da União Europeia para os países que foram alvo de catástrofes naturais, durante a sessão pública do Conselho de Ministros da União Europeia.
“A reserva de crises deve ser aumentada, até para fazer face a todas as alterações climáticas. Tem 450 milhões de euros por ano, tem que ser actualizada. Temos de ver também o montante que ainda existe este ano e que é de 450 milhões de euros, o que não impede, por exemplo, que não se possa pedir também os reforços”, afirmou Fernandes aos jornalistas.
MAIS RAPIDEZ NAS AJUDAS
Intervindo numa sessão pública, no Conselho de Ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE), José Manuel Fernandes afirmou ser importante que o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) “pudesse ter uma percentagem para emergências para, por exemplo, permitir a compra de rações para animais, o que não é possível neste momento”.
O ministro de Vila Verde referiu ainda ser urgente reforçar o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e uma maior rapidez na resposta a catástrofes.
José Manuel Fernandes garantiu ainda que Portugal vai pedir toda a ajuda possível aos agricultores afectados pelos recentes incêndios, mas primeiro tem de ser feita uma avaliação dos estragos.
“Tudo aquilo que for possível, nós vamos pedir”, disse, em declarações aos jornalistas à margem do Conselho de Ministros da Agricultura da União Europeia (UE), que esta segunda-feira decorre em Bruxelas.
José Manuel Fernandes especificou que antes de avançar será feita “uma contabilização [dos estragos], que está em curso”.
“As equipas estão todas a fazer um esforço brutal para sabermos essa contabilização, que poderá inclusivamente vir a accionar o fundo de solidariedade da União Europeia”, acrescentou, sublinhando que a avaliação será feita “no mais curto período de tempo”.
O ministro adiantou ainda que o Fundo de Solidariedade da UE é atribuído dez semanas após a catástrofe ocorrer, estando Portugal dentro do prazo para pedir a sua mobilização, mas requer que o prejuízo seja superior a 3.000 milhões de euros ou 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB).