«A cidade de Braga não reúne hoje condições que convidem alguém a ficar cá, designadamente após a sua formação universitária». A constatação foi sublinhada durante o encontro entre a candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Braga, liderada por Hugo Pires, e a direcção regional da União Geral de Trabalhadores.
Passando em revista as principais questões do mundo do trabalho, os participantes na discussão colocaram um enfoque especial num dos factores que, em Braga, está a causar particular “preocupação”: «Pela escassa oferta e pelos preços excessivamente altos que se estão a praticar, Braga não tem habitação para quem aqui se pretenda fixar».
«Braga até é atractiva do ponto de vista da cidade; tem atraído novas empresas; mas a questão da habitação acessível é essencial para a captação dos jovens, mormente dos mais qualificados», afirmou o presidente da UGT/Braga, César Campos, citado pela candidatura de Hugo Pires.
Integrado no “Tempo de Ouvir”, em que a candidatura socialista pretende auscultar o tecido social bracarense, este encontro com a estrutura sindical foi aproveitado para identificar as suas principais preocupações, que passam, desde logo, por uma subida do desemprego, com especial referência para o feminino, evidente consequência da pandemia em curso.
E, neste contexto, a precariedade ganha foros de relevo: «sempre que há uma agitação na economia, os precários são os primeiros a levar um abanão; temos de facto, hoje, a melhor e mais bem preparada geração de jovens, mas eles foram os primeiros a levar com as consequências», lembrou César Campos.
SALÁRIOS BAIXOS
Nesta conversa de pré-campanha eleitoral – em que a candidatura do PS/Braga se fez representar, para além do candidato à presidência da Câmara Municipal, Hugo Pires, também pela deputada Palmira Maciel, pelo coordenador do programa eleitoral, Adolfo Macedo, pelo empresário e dirigente associativo Ricardo Sousa, e pela actual vereadora Liliana Pereira – falou-se igualmente de salários baixos, altura em que foi colocada a questão, por uma dirigente sindical: «se é o Norte que cria mais riqueza, por que é que é no norte que temos os salários mais baixos?».
Hugo Pires – acrescenta o Gabinete de Imprensa da sua candidatura – procurou inteirar-se dos contributos que a UGT/Braga dispensa para a discussão dos problemas dos trabalhadores e da economia local junto das entidades autárquicas bracarenses.
Foi neste âmbito que se falou da fixação em Braga dos jovens recém-licenciados, dos graves problemas que a demografia está já a provocar, da empregabilidade local e, muito enfaticamente, do teletrabalho e da urgência de conceber novas propostas e de adaptar a oferta de formação profissional à realidade que ora vivemos.
Além de César Campos, a comitiva socialista foi recebida por Alexandre Dias, vice-presidente da UGT/Braga, Artur Silva, presidente da Mesa do Congresso, e Helena Ferreira, secretária-executiva.