Braga e Viana do Castelo estão entre os distritos onde se verificou, após 2020, um aumento do número de igrejas evangélicas. Setúbal e Lisboa lideram este ranking, elaborado pela Aliança Evangélica Portuguesa (AEP).
A participação nos cultos evangélicos em Portugal cresceu nos últimos anos, tendo-se registado um aumento no pós-pandemia, segundo os indicadores do estudo ‘Igreja Evangélica em Portugal vista de perto’, divulgados esta quarta-feira pela AEP.
O estudo, baseado em inquéritos ‘online’ a 350 líderes de igrejas evangélicas em Portugal, realizadas entre 20 de Fevereiro e 10 de Março deste ano, conclui que 42% das igrejas têm uma assistência de 75 pessoas ou mais, com 82% dos pastores a assegurarem que as suas igrejas “estão a crescer”.
“Cinquenta e três por cento afirmam que a assistência cresceu no pós-pandemia” e muitos dos líderes que responderam ao inquérito apontaram ter na “inadequação das instalações da igreja” a sua principal preocupação.
Os indicadores do estudo apontam, por outro lado, um aumento no número das igrejas evangélicas em Portugal e revelam que “grande parte das conversões nos últimos três anos incidiram entre os católicos não praticantes e indivíduos provenientes de famílias evangélicas”.
Lisboa, Porto e Setúbal são as regiões mais visadas pelas diferentes confissões evangélicas para a instalação de novas igrejas, enquanto Beja, Castelo Branco e Guarda são as menos apontadas.
Setúbal, Lisboa, Braga e Viana do Castelo foram as regiões onde, após 2020, foram instaladas mais igrejas evangélicas.
Quanto aos pastores que oficiam nas igrejas evangélicas, 54,8% são portugueses, enquanto 38,1% são oriundos do Brasil, país que tem, também, a maior percentagem de fiéis estrangeiros a frequentaram estas igrejas, 81,6%, de acordo com os dados revelados pela AEP.
Pedro Silva, responsável técnico pelo estudo, em declarações ao jornal 7Marqens, justificou esta realidade com o facto de o Brasil ter “30% de evangélicos ou talvez até mais”.
“Portugal tem recebido muitos emigrantes brasileiros, pelo que isso surtiu um grande crescimento, tanto no número de fiéis como de pastores, e veio alterar a multiculturalidade das igrejas, sobretudo nas comunidades do interior”, acrescentou.
A Aliança Evangélica Portuguesa congrega mais de 700 comunidades locais de cristãos que se reclamam “herdeiros da Reforma Protestante”. Tem cerca de 2.000 salas de culto abertas em todo o país, abrangendo cerca de meio milhão de fiéis.
Segundo o Censos de 2021, os evangélicos e protestantes são 2,1% dos residentes em Portugal. A confissão religiosa maioritária é a católica, com 80,2%.