O impacto da pandemia no comércio, hotelaria e restauração levou a oposição a questionar a maioria socialista sobre o futuro destes sectores económicos em Guimarães.
Na reunião do executivo camarário desta segunda-feira o vereador do PSD, Hugo Ribeiro, citado pela Rádio Santiago, questionou a maioria socialista sobre os resultados “objectivos” do estímulo concedido pela plataforma ProximCity.
Hugo Ribeiro quis saber o número e vouchers descontados e o volume de negócios alcançados com a plataforma.
Em resposta, Ricardo Costa, responsável pelo pelouro do Desenvolvimento Económico, igualmente citado pela ‘Santiago’ comprometeu-se a disponibilizar um relatório com os dados solicitados, defendendo que o Executivo “deveria estar unido em prol da economia”.
Hugo Ribeiro afirmou que “o comércio tradicional não se vai transformar em comércio digital, podendo ser apoiado por essa via para aumentar a sua facturação” e lembrou as propostas social-democratas apresentadas para ultrapassar o impacto da covid-19 no tecido económico do concelho.
“Desde o primeiro momento que apresentamos propostas que visavam mitigar este problema, mas as nossas propostas não foram à avante”, afirmou o vereador do PSD, considerando que “a grande aposta” da plataforma afinal “não era proposta nenhuma para resolver o problema da crise sanitária, mas sim uma proposta de transformação do paradigma da economia”,
Para Ribeiro “é lógico que a transformação digital é um facto determinante da economia, mas não vai resolver o problema de fundo do comércio tradicional”.
Ricardo Costa contrapôs: “Sabemos das dificuldades que atravessam os sectores da restauração, da hotelaria e do comércio tradicional. Temos feito este trabalho sempre em conjunto com a Associação Vimaranense de Hotelaria [AVH] e com a Associação do Comércio Tradicional”
“Amanhã [terça-feira], tenho mais uma reunião com a AVH porque estamos a proceder a correcções do funcionamento desta plataforma”, anunciou-
“O que gostava de ver aqui e agora era um apoio inequívoco a este caminho. Ele resolve todos os problemas? Não, não resolve, o que resolverá será a retoma da normalidade o quanto antes”, sublinhou Ricardo Costa.
REUNIÃO DO QUADRILÁTERO URBANO
Já Domingos Bragança, presidente da Câmara, reconheceu as dificuldades sentidas pelos empresários destes sectores, referindo que solicitou uma reunião com os autarcas dos outros municípios que integram o Quadrilátero Urbano – Braga, Famalicão e Barcelos – para analisar as medidas a adoptar.
“Terão de ser medidas específicas, ajustadas à realidade de cada concelho, para que se for necessário exigir junto da tutela”, salientou Domingos Bragança.