Texto: Lúcia Guerreiro (representante do ministério da Educação na CPCJ Vila Verde)
Deparamos com a chegada constante de quem vem de longe, que traz diferença, seja a língua, o vestuário, a cor da pele, a culinária, núcleo familiar, toda a cultura e tradições. A complexidade de conceitos, que não sabemos como usar, junta-se à simplicidade do olhar, assim o que importa é ser pessoa e nesta ponte construir alicerces fortes no conhecimento, na empatia e no respeito fazer caminho.
Por vezes, associamos a chegada, à falta de mão trabalhadora para épocas sazonais na agricultura, na maioria, o homem é quem vem, pretende o que não consegue no seu país de origem, muitos percorrem o nosso país, atrás das diferentes colheitas. Outras, quando conflitos e guerras a chegada que se faz sentir é para tentar organizar a vida, na estabilidade que não há de onde vem, muitas vezes mulheres e crianças. Mas, tantos motivos movem pessoas de todo o mundo a procurar outro país, lugar para se construir, reconstruir e alicerçar.
A interculturalidade está presente na sociedade, na estrada que percorremos. É um termo que nos indica que a cultura está em constante mobilidade, com a intenção de fomentar o diálogo e a relação entre culturas, para conseguir integrar. O mapa orientador para concretizar é pela via da educação e das instituições, onde a sinalética de tal percurso pode ser aprendida, esclarecida, pode ser integradora e mesmo reguladora. Aqui está, também, a CPCJ com todos os seus representantes, pretende abranger todas as áreas essenciais, para abarcar todas as necessidades da pessoa.
Neste mês de outubro, no âmbito da comemoração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, com o tema “Ligar Comunidades”, a interculturalidade esteve patente em escolas de todo o concelho, onde houve atividades partilhadas, a prática do “Abraço a quem chega”, leituras, canções, dramatizações, por exemplo uma adaptação do livro de Luísa Ducla Soares Meninos de todas as cores, a colaboração de familiares de alunos que apresentam e dão a conhecer de onde vêm e muito mais.
Com certeza muitos se sentiram olhados, mas com a complexidade do desconhecido, do que é diferente, muitos foram vistos com o olhar de quem sabe um pouco mais, compreende e com empatia acolheu e continuará passo a passo nesta ponte que todos podemos percorrer.