VILA VERDE

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Investigadora vilaverdense da UMinho distinguida com Medalha de Honra L’Oréal Portugal

Céline Gonçalves, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho, foi esta terça-feira distinguida, em Lisboa, com uma Medalha de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência. A investigadora está a desenvolver uma técnica inovadora para o diagnóstico e monitorização precoce e eficaz do glioblastoma que é o tumor cerebral maligno mais comum e agressivo em adultos.

O prémio atribuído pela L’Oréal Portugal, pela Comissão Nacional da UNESCO e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem o valor de 15 mil euros e visa incentivar investigadoras em Portugal, já doutoradas e até aos 35 anos de idade, a prosseguir estudos inovadores com impacto na saúde e no ambiente. 

O júri desta 21ª edição avaliou dezenas de candidaturas e elegeu quatro, incluindo a de Céline Gonçalves, que se torna a sexta laureada da UMinho, após Isabel Veiga, Margarida Fernandes, Joana Cabral, Priscila Pires e Carina Cunha.

O glioblastoma é difícil de monitorizar e os seus pacientes têm uma taxa de sobrevivência muito baixa. Céline Gonçalves procura formas inovadoras de detetar e acompanhar esta doença de modo eficaz, acessível e menos invasivo. 

A sua equipa vai estudar pequenas estruturas libertadas pelas células, chamadas vesículas extracelulares, que transportam informação sobre o estado dessas células. 

Ao analisar as vesículas presentes simultaneamente no tumor e no sangue daqueles doentes, pretende-se identificar uma combinação de moléculas (a “impressão digital” do glioblastoma) que permita detetar a doença e acompanhar a sua evolução apenas através de uma análise ao sangue.

Rastrear o tumor só com a análise ao sangue

«Se conseguirmos identificar esta assinatura molecular de forma fiável, estaremos perante uma ferramenta com enorme potencial clínico: diagnósticos mais rápidos e precoces, deteção atempada de recaídas e maior capacidade de adaptar os tratamentos a cada paciente, aumentando a sua qualidade de vida», explica a responsável. 

A investigação está a decorrer no ICVS, em colaboração com o Hospital de Braga e o Centro Clínico Académico de Braga. O projeto pode ainda abrir portas à aplicação desta metodologia noutras doenças oncológicas, promovendo uma medicina mais centrada no doente.

Natural de Vila Verde, Céline Gonçalves é licenciada em Bioquímica, mestre e doutorada em Ciências da Saúde pela UMinho e tem feito carreira no ICVS como investigadora e docente. 

Considera que as mulheres enfrentam vários desafios na ciência, nomeadamente o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

«A maternidade ainda é penalizadora numa carreira onde os prazos não param», aponta. O prémio que agora recebe «é um reconhecimento do trabalho realizado e um impulso para continuar uma investigação que poderá ter impacto real na vida de muitos doentes», termina.

ovilaverdense@gmail.com

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