A maior base dos Estados Unidos no Médio Oriente foi atacada pelo Irão ao cair da noite desta segunda-feira, naquilo que a agência Tasnim nomeia como a ‘Anunciação da Vitória’, que é o início da retaliação aos ataques norte-americanos da madrugada de sábado.
Ainda foi avançado que a base de Ain al-Asad, no Iraque, também tinha sido atacada, mas essa informação foi depois corrigida.
De acordo com a agência Reuters, que cita fontes na capital catari, Doha, várias explosões foram ouvidas no território. Também a CNN falou com um residente, que garantiu que as autoridades não deram qualquer aviso para o ataque.
“Os nossos filhos foram apanhados totalmente de surpresa e não sabiam o que fazer quando os levámos para um abrigo. Não houve qualquer aviso das autoridades do Catar para que se abrigassem. Parece haver muitos disparos e interceções”, afirmou.
A Axios aponta que foram disparados seis mísseis do Irão contra a base de Al Udeid, onde estão 10 mil soldados norte-americanos.
Já depois disso, o Corpo das Guardas Revolucionárias do Irão confirmava que foi disparado o equivalente em mísseis às bombas utilizadas contra as suas infraestruturas nucleares. Se foram lançadas seis bombas, depreende-se que a informação inicialmente avançada pela Axios esteja correta: seis mísseis.
“Avisamos os nossos inimigos que a era do atropelamento e fuga acabou”, acrescentou o porta-voz daquele braço armado num discurso transmitido na televisão.
Minutos antes era avançado que existia uma ameaça credível. Pouco depois chegava o ataque do Irão, que assim responde à operação Midnight Hammer. Tudo isto depois de um responsável iraniano ter dito à CNN que o Irão se prepara para uma guerra de dois anos com os Estados Unidos.
O ataque foi realizado com “mísseis balísticos de curto e médio alcance provenientes do Irão”, afirmou esta segunda-feira um responsável da defesa norte-americana. Neste momento, não há relatos de vítimas americanas”, acrescentou a mesma fonte. “Estamos a acompanhar de perto esta situação e forneceremos mais informações assim que estiverem disponíveis”.
TRUMP SABIA DO ATAQUE
A administração Trump estava a prever que Teerão iria retaliar após os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas no fim de semana, e o presidente não quer mais envolvimento militar na região, revelou à CNN um alto responsável da Casa Branca.
“Sabíamos que eles iriam retaliar. Eles tiveram uma resposta semelhante depois de [Qassem] Soleimani”, acrescentou a mesma fonte, referindo-se ao comandante iraniano morto num ataque aéreo dos EUA em 2020.
O responsável disse que as avaliações iniciais foram de que os mísseis disparados pelos iranianos na segunda-feira não atingiram os alvos pretendidos.
O presidente Donald Trump está disposto a aumentar o envolvimento militar dos EUA, se necessário, reiterou a fonte. Para esta segunda-feira era esperada uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional, mas essa agenda pode mudar.
Toda a região está em alerta máximo, com o espaço aéreo em grande parte fechado. Países como Iraque, Síria ou Bahrain ativaram os seus níveis máximos de defesa.
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Com CNN