Por Fausto Pires
«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39). É a citação bíblica escolhida pelo Papa Francisco no marcante evento em Portugal, conhecido por Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ).
Na verdade, este evento foi um grande desafio para os decisores políticos, mas muito em especial para os homens e mulheres da segurança, da Proteção Civil e do Socorro.
Portugal é exímio e competente na organização de eventos de grande dimensão e de responsabilidade coletiva. Exemplos não faltam e citamos apenas a Expo 98, o Euro 2004 e agora as JMJ. Nestes eventos não soaram as sirenes dos bombeiros nem tão pouco dos diversos Agentes de Segurança.
Pois bem, somos um país de elite em termos de organização de eventos em grande escala.
Na passagem do Sumo Pontífice por terras lusas, Portugal planeou, mitigou os riscos, produziu documentação e, claro, antecipou as necessidades promovendo uma coordenação espantosa entre todas as entidades envolvidas.
Proferir as palavras mitigação do risco e coordenação é falar em segurança, ou seja, falar em proteção civil, e foi isso que a proteção civil fez: planeou, mitigou, sensibilizou e coordenou meios.
Ora vejamos. Estávamos nós em 21 de julho e os órgãos de comunicação social (OCS) difundiam: “JMJ. Dispositivo da Proteção Civil, vai mobilizar até 2.500 bombeiros”, ” Proteção Civil afirma que não vão existir desvios de meios do combate aos incêndios florestais para a Jornada Mundial da Juventude, a JMJ terá um dispositivo de proteção e socorro destinado e separado dos fogos”. Os OCS transmitiam ainda, que: “O comandante nacional da Autoridade nacional de Proteção Civil (ANEPC) diz que para as JMJ tem os níveis “amarelo, laranja e vermelho” de envolvimento de meios…”, “Há um primeiro nível que começa no dia 24 de julho e acaba no dia 28 de julho, que terá menos meios afetos.
Depois temos um nível dois que começa no dia 29 de julho e termina no dia 31 de julho. A partir do dia 01 de Agosto e até ao dia 06 é quando temos o maior número de meios envolvidos, sendo que o maior número de meios será nos dias 05 e 06…”
No dia 06 de Agosto, S.S. o Papa Francisco seguiu para terras outrora do Império Romano, eis que me questiono: não houve incidentes de maior, não houve pessoas a passar por cima das outras como um trator sobre o asfalto, não houve acidentes de cariz terrorista, não tive conhecimento de esfaqueamentos ou tentativas de violação! Mas bem sei que, no último fim de semana da visita do Sumo Pontífice, existiram várias ignições provocando enormes incêndios rurais(IR),como por exemplo em Carrascal, Setúbal, Ourém, Odemira e Monsanto, em Lisboa, entre outras ignições.
Na verdade, em momentos críticos, um bom planeamento e uma boa coordenação permite a tomada de decisões rápidas e eficazes.
O resultado está à vista! Recordo que o dispositivo da JMJ não foi mobilizado para os fogos e estes foram extintos, a exemplo disso relembro o musculado dispositivo empregue no incêndio de Monsanto, em Lisboa. Pois bem, citando o anúncio da Sonasol, ” o algodão não engana”, isto é, a proteção civil não “aparece” exclusivamente, quando há fogos mas sim em tudo onde se possa prever risco para a população.
A proteção civil está nos momentos de todos os fenómenos meteorológicos, dando sempre a melhor resposta, na salvaguarda dos bens e das pessoas.
A Proteção Civil é o nosso mundo e a segurança coletiva o nosso trabalho!