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Joana Vasconcelos expõe escultura feita com 255 molduras barrocas em Braga

A Câmara de Braga e a Sonae Sierra inauguram no próximo dia 09, às 11h30, na praça do Comércio, a escultura ‘l’Il Be Your Mirror #1, 2018’, da artista Joana Vasconcelos. A obra faz parte da colecção Sonae Sierra e foi cedida ao município até Dezembro de 2025.

A autarquia avança que o objectivo “é promover a interacção cultural e turística” na zona da Praça – Mercado Municipal.

“A inserção desta obra de arte da autoria da artista portuguesa na praça do Comércio, corresponde ao objectivo central de garantir novas dinâmicas de revitalização do próprio Mercado Municipal de Braga, promovendo maior ligação à comunidade e garantindo mais experiências culturais, gastronómicas e turísticas”, acrescenta a autarquia, que anuncia a presença da artista na inauguração.

A escultura ‘l’Il Be Your Mirror #1, 2018’ fica disponível para visualização pública, com acesso gratuito. Ao longo do período de permanência da peça são organizadas diversas actividades que permitem conhecer o processo criativo de Joana Vasconcelos.

Joana Vasconcelos destaca a “alegria” de ter a peça na cidade de Braga, uma peça que retracta o “momento em que o artista se revela, o baixar da máscara permite mostrar quem verdadeiramente somos, e aquela aquisição permitiu mostrar quem eu era no Guggenheim”.

“Para mim, enquanto artista portuguesa, também é muito importante que as minhas obras sejam adquiridas no meu País e nele residam. Continua a ser uma grande alegria saber que esta peça em particular se encontre no norte de Portugal”, afirma a artista, acrescentando ainda que “as molduras que a compõem foram desenhadas por mim no espírito do Barroco, que continua a ser uma das maiores inspirações para o meu trabalho e que tão fortes raízes tem em Braga”.

A PEÇA

Aludindo ao papel dos artistas na sociedade, Joana Vasconcelos acaba por criar um jogo de ocultação.

Servindo-se de 255 molduras barrocas em bronze (desenhadas e decoradas pela artista) e de 510 espelhos sobrepostos como se de escamas se tratasse, constrói uma surpreendente máscara veneziana.

Através de uma peça escultórica que se adapta tanto ao espaço exterior como interior, estabelece um diálogo com o reflexo da envolvência. Já o público que pretender encontrar a sua imagem devolvida, é convidado a descobrir que “só há reflexão quando há paralelismo” como explica a artista plástica.

Retirado da música homónima, composta por Lou Reed e interpretada pelos Velvet Underground e pela cantora Nico, o título também serviu de tema à sua mostra individual no Guggenheim de Bilbau.

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