O bracarense João Nuno Azambuja é o autor de “Os provocadores de naufrágios”, um romance baseado em factos reais, que conta a história de Klaus Kittel, um alemão portuense que combateu na Segunda Guerra Mundial.
Um homem mergulhado numa época de pesadelo, de guerra, morte e ditaduras. Uma Europa destroçada, de onde surge uma história improvável, mas verdadeira, feita de viagens e fintas ao destino.
Kittel foi sempre perseguido pela crueldade humana. Em criança, expulsaram-no de Portugal. Em adulto, viveu os bombardeamentos aliados e fugiu ao Exército Vermelho. Passou pela grande depressão, assistiu à ascensão de Hitler e discursou para a elite do Partido Nazi.
Depois da guerra, é preso. Sobrevive aos campos de prisioneiros, onde milhares de homens encontraram a morte. Mas consegue fugir, com o que talvez seja uma misteriosa ajuda de Álvaro Cunhal. Foi escravo, soldado, marido.
O livro foi publicado pela Guerra & Paz e conta pelo meio a intervenção de um bracarense (que existiu realmente) que possibilitou a fuga de Kittel à prisão de guerra, em 1947, em plena França, além da história da menina alemã, de nove anos de idade, que o soldado luso-alemão salvou de um ataque da aviação aliada em abril de 1945, na Alemanha.
A menina nunca esqueceu o gesto do seu salvador. Quando cresceu acabou por se decidir a vir viver para Portugal, em 1965, onde ainda hoje tem descendentes.