O vereador do PS José Morais denunciou esta terça-feira que um casal jovem, com duas filhas menores (12 anos e uma bebé com 9 meses), mora «numa barraca, a cerca de dois quilómetros da Câmara Municipal», criticando a autarquia por ainda não ter resolvido o «grave problema» desta família.
«As paredes são feitas com tábuas de madeira, o chão em bruto e um telhado de placas de fibrocimento. A filha de 12 anos dorme no chão e o casal dorme com a bebé na cama. Uma “habitação” com uma divisória que serve para dormir, cozinhar e tomar banho. Quando chove, o interior da barraca fica inundado, o que infelizmente voltou a acontecer no domingo passado», refere, em comunicado enviado às redacções.
Segundo o vereador socialista, «tudo isto por si só é muito grave», «mas esta situação torna-se ainda mais grave porque esta família andar há vários meses, sem sucesso, a pedir ajuda à Câmara». «Pedem a legítima oportunidade de ter acesso a habitação social», considera.
No mesmo texto, José Morais diz que a Câmara de Vila Verde, na pessoa da vereadora da habitação social, Júlia Fernandes, «é conhecedora das condições em que vive esta família, mas nada faz», «apesar dos reiterados pedidos de ajuda».
«Aliás, é incompreensível que a Câmara de Vila Verde e a Dra. Júlia enquanto vereadora responsável se continuem a dar ao luxo de ter habitações sociais vazias, à espera de obras e de novos inquilinos, situação que denunciei há mais de seis meses», aponta.
Para Morais, «esta é uma situação que merece um grito de revolta dos vilaverdenses».
«A vereadora que gasta milhares de euros em festas de promoção pessoal diz que a Câmara não tem condições para ajudar esta família. A vereadora prefere continuar a passear-se de festa em festa, em vez de fazer aquilo que lhe compete: ordenar a requalificação imediata das habitações sociais vazias e entregá-las às famílias carenciadas que delas necessitam!», critica.
Segundo o representante do PS, «hoje mesmo deu entrada um novo pedido de apoio para habitação social, formalizado por escrito por esta família». «Espera-se que a vereadora assuma cabalmente as suas competências e depois, sim, passeie-se nas festas que bem entender», frisa.
JÚLIA FERNANDES: «ACUSAÇÕES INFUNDADAS»
Ao jornal “O Vilaverdense”, a vereadora Júlia Fernandes diz que o comunicado de José Morais «assenta em acusações infundadas» contra a autarquia e contra a própria vereadora, «em mais uma acção de ofensa meramente pessoal e desprovida de qualquer sentido de responsabilidade pública».
«Fazendo uso da situação infeliz e problemática de uma família que reside num acampamento numa freguesia do Concelho, o vereador do PS acusa o Município e a vereadora responsável pela área da Ação Social de “nada fazerem” perante o caso, o que é efectivamente falso», refere.
Segundo Júlia Fernandes, «a vereadora responsável pela Acção Social já visitou o local e falou com as pessoas em causa, procurando com os serviços municipais uma solução que tenha a anuência da família, nomeadamente através do apoio à renda».
«No entanto, a família em causa tem adiado a resposta positiva para consumar as propostas apresentadas pelo Município que foram bem acolhidas pelos membros da família», acrescenta.
De acordo com Júlia Fernandes, «de forma pró-activa e efectiva, o Município de Vila Verde está, de forma permanente, a trabalhar em defesa da melhor qualidade de vida para todos os vilaverdenses».