O jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos foi, este domingo, o primeiro convidado da Catraia de Livros – Semana da Leitura que decorre em Esposende até ao próximo dia 17, numa edição dedicada aos centenários de nascimento de Agustina Bessa-Luís e de Eugénio de Andrade.
José Rodrigues dos Santos, que apresentou o seu mais recente romance ‘A Mulher do Dragão Vermelho’, explicou a um Auditório Municipal cheio, que o novo livro desloca a acção central da trama para o Oriente, para o coração da geopolítica, num contexto da actual grave tensão mundial, revelador da grande ameaça que paira sobre o Ocidente.
“As grandes obras literárias retratam a verdade, independentemente da inconveniência da mesma”, referiu José Rodrigues dos Santos, defendendo que a situação actual é “muito semelhante ao período antes da Segunda Guerra Mundial. É uma guerra entre as ditaduras e as democracias liberais”.
O programa engloba ainda encontros com os escritores Isabela Figueiredo, João Tordo, Lúcia Barros e Álvaro Laborinho Lúcio, além de sessões de canto, Hora do Conto, escrita criativa, declamação, palestras e debates.
A cerimónia de abertura da Catraia de Livros contou com uma performance do Coro da Iniciação Musical da Escola de Música de Esposende, e de Adriano Lima que declamou um poema de Eugénio de Andrade e de Débora Fernandes que cantou ‘Chuva’.
FESTA DA LEITURA
A edição deste ano da “festa da leitura” de Esposende evoca um dos mais lidos e traduzidos poetas portugueses, Eugénio de Andrade, e Agustina Bessa-Luís, nome maior da ficção portuguesa contemporânea.
“Ambos cultivavam o bom gosto de ter Esposende como destino de férias e refúgio para escreverem algumas das suas obras”, aludiu o presidente da Câmara, na abertura do encontro, lembrando que “Esposende mantém esse perfil de local inspirador para artistas, como comprova a recente atribuição do Urso de Prata, Prémio do Júri do Festival de Berlim, ao filme ‘Mal Viver’, de João Canijo, que foi gravado em Ofir”.
Já a Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares, Manuela Pargana Silva elencou as virtudes da leitura, “pela possibilidade que faculta no conhecimento de outras culturas e contruir outro olhar do Mundo” e, enquanto promotora de uma “visão mais plural”, defendeu a importância das bibliotecas escolares, nomeadamente “para criar esperança”.
Esta iniciativa da Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura e da Rede de Bibliotecas Escolares do concelho, em parceria com os estabelecimentos de educação e ensino concelhios, mobiliza cerca de 2000 alunos e os respectivos professores e encarregados de educação, além da população em geral.
Toda a programação pode ser consultada aqui: https://issuu.com/municipiodeesposende/docs/agenda_web_f