O julgamento do processo de alegada corrupção nos TUB – Transportes Urbanos de Braga já tem data marcada para o seu termo, com as alegações finais dos advogados das partes: 30 de maio.
Até lá, o Tribunal colectivo vai continuar a ouvir as testemunhas arroladas pela defesa, a maioria delas abonatórias da seriedade dos quatro arguidos.
Na última sessão, o economista João Pereira, testemunha de defesa, disse, que as contas não estavam bem feitas, ao referir-se ao montante de 371 mil euros, que o Ministério Público considera que três dos arguidos, dois ex administradores e um ex-director dos TUB, acumularam sem justificação fiscal nem em rendimentos auferidos.
A testemunha sustentou que as contas da alegada “incongruência” nos rendimentos não estão corretas, dado que não contabilizaram a totalidade dos salários auferidos pelos arguidos, e, ao invés, contaram, em duplicado transferências bancárias entre as suas contas, lançando verbas a crédito sem a contabilização do respectivo débito de saída dos valores.
O MP sustenta, na acusação, que Vítor Sousa, ex-presidente, obteve 226.128 euros de ‘luvas’ na compra de autocarros MAN e defende que terá, ainda, conseguido de forma ilícita outros 226.048 euros.
No caso de Cândida Serapicos – ex-vogal – diz que as ‘comissões’ lhe deram 37.500 euros e que auferiu mais 34.808 sem justificação.
Já Luís Vale, ex-director técnico, terá ganho 23.111 euros em ‘luvas’, mas juntou ao todo, 134.694 em património. Os três negam a prática dos crimes.
Além dos três gestores, acusados de corrupção passiva, está a ser julgado o ex-administrador da MAN-Portugal, Luís Paradinha e a própria firma, pelo crime de corrupção activa em prejuízo do comércio internacional.
A investigação concluiu que os TUB compraram, entre 2000 e 2008, 13 autocarros MAN na gestão de Vítor Sousa tendo pago 1,75 milhões de euros à ‘Oficina’ gerida por Abílio Costa.