O julgamento do processo de alegada corrupção nos TUB – Transportes Urbanos de Braga prossegue, esta quarta-feira, com a audição das testemunhas de defesa indicadas pelo ex-presidente da administração, Vítor Sousa.
O julgamento já tem data prevista para o seu termo, com as alegações finais dos advogados das partes: 30 de Maio.
Até lá, o Tribunal colectivo vai continuar a ouvir as testemunhas arroladas pela defesa, a maioria delas abonatórias da seriedade dos quatro arguidos.
Mas o acórdão, absolutório ou condenatório, pode ter de esperar que o Tribunal da Relação de Guimarães se pronuncie sobre um recurso que o Ministério Público deve apresentar à decisão do tribunal colectivo de não ouvir as declarações feitas pelo antigo dono da MAN-Braga, Abílio Costa, já falecido.
Declarações que supostamente incriminariam os quatro arguidos, embora estes neguem, dizendo que foram feitas por «vingança».
O MP sustenta, na acusação, que Vítor Sousa, ex-presidente, obteve 226.128 euros de “luvas” na compra de autocarros MAN e defende que terá, ainda, conseguido de forma ilícita outros 226.048 euros.
No caso de Cândida Serapicos – ex-vogal – diz que as “comissões” lhe deram 37.500 euros e que auferiu mais 34.808 sem justificação.
Já Luís Vale, ex-director técnico, terá ganho 23.111 euros em “luvas”, mas juntou ao todo 134.694€ em património. Os três negam a prática dos crimes.
A testemunha sustentou que as contas da alegada «incongruência» nos rendimentos não estão correctas, dado que não contabilizaram a totalidade dos salários auferidos pelos arguidos e, ao invés, contaram em duplicado transferências bancárias entre as suas contas, lançando verbas a crédito sem a contabilização do respectivo débito de saída dos valores.
Além dos três gestores, acusados de corrupção passiva, está a ser julgado o ex-administrador da MAN-Portugal, Luís Paradinha, e a própria firma, pelo crime de corrupção activa em prejuízo do comércio internacional.
A investigação concluiu que os TUB compraram, entre 2000 e 2008, 13 autocarros MAN na gestão de Vítor Sousa tendo pago 1,75 milhões de euros à “Oficina” gerida por Abílio Costa.