Foi num ambiente de festa que Paulo Raimundo e Sandra Cardoso, 1ª candidata da CDU por Braga, foram recebidos este sábado, em Guimarães. Durante a arruda pelo centro histórico da cidade, o secretário-geral do PCP foi avisando que a festa é bonita, mas não dá votos. “O ambiente [de festa] não vota. Dá confiança.”
A arruada na Cidade Berço ficou marcada por um gesto simbólico: a entrega a Paulo Raimundo por Otília Pedro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, de um abaixo-assinado com 2253 assinaturas de membros de organizações representativas dos trabalhadores, reconhecendo “o compromisso das forças que compõem a CDU com os trabalhadores e a defesa dos seus direitos”.
Tiago Oliveira membro do Comité Central do PCP e secretário-geral da CGTP-IN, e Mariana Silva, dirigente do PEV, fizeram companhia a Raimundo, constantemente abordado por populares.
Coube a Tiago Oliveira destacar que “é na CDU que encontramos a força que luta por um Portugal soberano, justo e desenvolvido”, apelando “aos trabalhadores que deem mais força à CDU, dando assim expressão à sua luta por uma melhor distribuição da riqueza, pela rutura com o modelo de baixos salários e de precariedade laboral”.
Também Mariana Silva, vimaranense e dirigente nacional de ‘Os Verdes’, apelou à eleição de deputados da CDU pelo distrito de Braga, dando como exemplo “a qualidade de intervenção” de Agostinho Lopes e Carla Cruz, últimos deputados da coligação PCP/PEV eleitos no círculo bracarense.
SANDRA CARDOSO CONTRA “TRAIDORES”
Já a cabeça de lista pelo distrito, Sandra Cardoso, optou por uma intervenção ao ‘ataque’: acusou os 19 deputados eleitos pelo distrito por PSD/CDS, PS, Chega e IL de “traírem” a população do distrito.
Deu como exemplos daquela traição, a inviabilização na Assembleia da República de propostas do PCP “tão relevantes” como a ligação ferroviária direta Braga – Guimarães e a criação de um passe intermodal e inter-regional para os transportes públicos.
Com a chuva miudinha a cair, obrigando Paulo Raimundo a encurtar o discurso, (“se há coisa que não pode acontecer a ninguém agora é ficar doente”), o líder comunista teve tempo para apelar à mobilização “de todos e de cada um” para “uma forte votação” na CDU, “porque só com o reforço da CDU em votos e mandatos é possível abrir caminho para um país melhor e mais justo”.
Aos jornalistas, Raimundo insistiu numa perspetiva otimista para os resultados de 18 de maio.
De acordo com o líder comunista, já há demasiada “voz do capital na Assembleia da República”, defendendo que é preciso estar presente “a voz do trabalho, daqueles que não têm salário suficiente para chegar ao fim do mês”.
“Talvez o grande desafio para estes dias finais será como transformamos este reconhecimento, este respeito pelo partido, este bom ambiente, no voto”, disse o líder comunista, citado pela Lusa.
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