O Centro Pastoral da Arquidiocese de Braga acolhe o lançamento de um livro que evoca a vida e obra de Constantino Ribeiro Coelho, apontado como «católico empreendedor e com uma inteligência admirável e cativante». Esteve na origem dos dois jornais diários de Braga – Diário do Minho e Correio do Minho – tendo sido também o primeiro conservador do Arquivo Municipal de Braga.
A apresentação do livro, da autoria de Rui Ferreira, estará a cargo do Monsenhor Domingos da Silva Araújo, diretor do Diário do Minho entre 1970 e 1997 e amigo da família, contando com a presença do Arcebispo Primaz, D. José Cordeiro, bem como dos três filhos do homenageado.
A apresentação está marcada para o próximo sábado, dia 27 de janeiro, pelas 18h30.
O ‘RIBEIRINHO’
Natural da vila piscatória de Peniche, onde nasceu em 1886, José Constantino Ribeiro Coelho haveria de migrar para a cidade de Braga por um daqueles acasos do destino, que seria decisivo na sua existência. Trazido para o Minho pelo seu padrinho, o padre Constantino Alvarez y Alvarez, a sua vida na imprensa bracarense haveria de ficar vinculada à família Pereira Vilela, tendo iniciado a sua atividade como diretor interino do jornal “Echos do Minho”, antecessor imediato do “Diário do Minho”, e redator da revista “Ilustração Catholica”. Em 1926, juntamente com Álvaro Pipa, fundaria o jornal “Correio do Minho”, tendo desempenhado as funções de chefe de redação até 1934.
Desprovido de formação superior, mas portador de uma vasta e exaustiva cultura geral, cultivada em abrangentes leituras, o Ribeirinho – como era apelidado pelos mais próximos (aludindo à sua estatura reduzida mas também ao seu espírito afável) afirmou-se como católico convicto e interventivo, estando ligado à instituição da Juventude Católica de Braga e à fundação do Corpo Nacional de Escutas. Haveria de ser também o primeiro conservador do Arquivo Municipal de Braga, cargo que desempenhou ao longo de três décadas, tendo lançado o Boletim Informativo que anteciparia a fundação da Revista Bracara Augusta. Dedicado à bracarografia, escreveu inúmeros artigos sobre a história de Braga na imprensa local.
Passaria os derradeiros anos da sua vida entre a cidade de Braga, mais propriamente na rua da Boavista, onde viveu, e Rossas, na companhia da sua filha mais velha, Maria Leonor, tendo vindo a falecer a 12 de dezembro de 1967. Em 1992, a Câmara Municipal de Braga integraria o seu nome na toponímia, com uma rua na freguesia de São Victor.