O Movimento Agricultores do Norte iniciou esta terça-feira uma marcha lenta em Valença, Viana do Castelo, com cerca de 100 viaturas que estão a bloquear os acessos à cidade no sentido Sul/Norte, em direção a Espanha, disse o porta-voz.
A iniciativa que pretende «sensibilizar a sociedade e o poder político para o atual panorama dramático do setor agrícola no Norte de Portugal» envolve cerca de 100 viaturas, entre 60 viaturas ligeiras e 30 tratores.
De acordo com o Comando de Viana do Castelo da GNR, a marcha iniciou-se pelas 06:30, com os veículos a deslocarem-se entre Cerdal e São Pedro da Torre.
A ação desta terça-feira é desenvolvida «em simultâneo com outras ações de protesto desenvolvidas do lado espanhol da fronteira pela Agrupacion Nacional de Agricultores y Ganaderos del Sector Primário».
Os manifestantes apresentam-se como um «movimento cívico com a representação de agricultores, empresários agrícolas e cidadãos, com o objetivo de sensibilizar a sociedade e o poder político para o atual panorama dramático do setor agrícola no Norte de Portugal».
No Caderno reivindicativo a que a Lusa teve acesso, o movimento pede o «reajustamento da cadeia de valor com maior valorização da produção primária e rotulagem clara para o consumidor sobre preço pago ao produtor e margens da distribuição», a par da «valorização de produtos endógenos e de cadeias curtas de abastecimento».
Os agricultores do Norte pretendem, ainda, «estratégias claras de melhoria da atratividade da atividade agrícola e de renovação do capital humano», nomeadamente o «aumento do valor do prémio à primeira instalação para jovens agricultores».
Entre outras medidas, reclamam também o «bloqueio às importações de produtos alimentares extracomunitários que tenham sido produzidos em tipos de produção que não estejam sujeitos às mesmas normas de fitossanidade, proteção ambiental e de bem-estar animal da União Europeia».
O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de ‘luz verde’ de Bruxelas.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.
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