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Médicos do Hospital de Braga admitem fazer greve por causa do aumento do preço do estacionamento

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, admitiu, esta segunda-feira, a realização de uma greve no Hospital de Braga contra o aumento das tarifas de estacionamento, em vigor desde o início deste mês.

Em declarações à Lusa, Joana Bordalo e Sá disse que os profissionais do Hospital de Braga chegam a ter encargos anuais de 600 euros só para estacionarem o seu carro e irem trabalhar, “o que se afigura inaceitável e incomportável”.

“É bom lembrar que não estamos a falar de um estabelecimento comercial, mas sim de uma instituição de saúde”, referiu.

O valor mensal das avenças de estacionamento nos parques do Hospital de Braga aumentou dois euros no início deste mês, o que mereceu críticas da Comissão de Trabalhadores, como então noticiámos.

Nos parques cobertos, a avença mensal subiu para 50 euros e nos descobertos para 35.

Os profissionais que ali trabalharam promoveram um abaixo-assinado, que reuniu 1.471 assinaturas, reclamando não só a imediata suspensão do aumento, como até a eliminação das tarifas.

“Há que ter em conta a localização do Hospital de Braga, a insuficiente rede de transportes públicos regulares e eficientes e a escassez de alternativas viáveis para estacionamento gratuito ou a preços acessíveis nas imediações”, referiu Joana Bordalo e Sá.

Para a líder da FNAM, tudo isto “força os profissionais à utilização do parque de estacionamento do hospital, sujeitando-os ao pagamento de tarifas que representam um encargo financeiro considerável, até 600 euros anuais, apenas para acederem ao seu local de trabalho”.

A FNAM diz que este cenário se revela “particularmente preocupante, atendendo a que os profissionais enfrentam condições laborais exigentes, caracterizadas por longas jornadas de trabalho, horários irregulares e a necessidade de prestação de trabalho noturno”.

Por isso, exige a renegociação do contrato relativo à exploração do estacionamento no Hospital de Braga.

“Se as reivindicações não forem atendidas, não pomos de lado, de todo, medidas mais incisivas, como uma greve, por exemplo”, disse Joana Bordalo e Sá.

A Lusa contactou a empresa que assegura, em regime de prestação de serviços, a gestão do estacionamento naquele hospital, mas ainda não obteve qualquer reação.

Contactou também a administração da Unidade Local de Saúde de Braga, que disse não ter competência em matéria de estacionamento.

O Hospital de Braga foi construído ao abrigo de uma parceria público-privada (PPP), que terminou em 2019.

A partir daí, o hospital ficou com uma gestão pública, mas as instalações e o estacionamento continuam a cargo do parceiro privado.

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