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Medidas inflação: Muito tarde, curto, fraude e pouco corajoso… as críticas da oposição

Agiu muito tarde, é um plano de apoios curto, uma “fraude” e pouco corajoso. Os partidos políticos não pouparam críticas às medidas anunciadas pelo Governo no valor de 2400 milhões de euros para mitigar o impacto da inflação.

O PSD foi o primeiro a reagir ao considerar que o pacote de apoio às famílias «vem muito tarde», nas palavras do vice-presidente do partido: «Vem tarde, depois de meses e meses com os portugueses a sofrerem com o custo de vida cada vez mais elevado. Energia, alimentos, produtos, tudo muito mais caro», afirmou António Leitão Amaro.

E lembrou que vários países europeus já anunciaram várias medidas para atenuar a inflação, defendendo que «não havia razão para o Governo» não ter tomado essa posição mais cedo. «O Governo agiu tarde, pensou na arrecadação de impostos. Pensou no Estado, não pensou, nem pôs as famílias em primeiro lugar», acrescentou.

 

A Iniciativa Liberal toca pelo mesmo diapasão: «Quando os portugueses mais precisam o PS falha. Falha porque é incompetente, prepotente e porque mente».

Rodrigo Saraiva questiona ainda António Costa sobre a ausência de resposta nos últimos «cinco meses: Esteve à espera que a guerra acabasse ou esteve a encher os cofres do Estado com o aumento de receitas extraordinárias?», questionou.

E diz mesmo: «[O programa] É uma fraude, é o PS na sua propaganda a enganar as pessoas. O primeiro-ministro esqueceu-se de dizer que esteve a mentir: desde abril podia ter baixado o IVA da eletricidade e do gás». Considera que o Governo «continua viciado em impostos», daí não ter havido qualquer medida que mexesse com os impostos – além de passar parte da fatura da luz que é taxada a 13% para os 6%.

 

Do Chega, André Ventura considerou que este pacote representa «uma migalha» aos portugueses. «Este plano é uma fraude política, financeira e fiscal», referiu o líder do Chega, por «ter cobrado impostos a mais devido à inflação».

E arrasou o aumento anunciado para os pensionistas. «É uma fraude, não é um aumento, é uma antecipação apresentada como aumento. António Costa falhou aos portugueses, fingiu que estava a aumentar quando na verdade está só a antecipar», dando ainda cartão vermelho à ausência de referências ao preço do gás de botija ou pelo fato de não ter baixado o IVA dos combustíveis, uma vez que, no seu entender, permitiria «aliviar desde já a classe média portuguesa».

 

Na reação, o Bloco de Esquerda assinala que «Os 2,4 milhões de euros ficam muito aquém da receita fiscal extraordinária que os portugueses estão a dar ao Estado através do IVA acrescido ou dos impostos sobre os combustíveis fruto da inflação».

Mariana Mortágua diz mesmo que as medidas são insuficientes «para compensar todo o perder de compra, salários e pensões que todas as pessoas têm tido ao longo do último ano». Quanto às medidas destinadas aos reformados não hesita em defender que foi um dos «truques» do primeiro-ministro, pedindo «cuidado aos pensionistas. O que António Costa está a dizer é que vai rever a atualização de 2023 e vai reduzir o aumento que os pensionistas têm direito. Em troca vai dar meia pensão em 2022. Estamos a falar de um adiantamento relativamente às pensões que têm direito em 2023».

 

Para Bruno Dias, do PCP, as medidas «são curtas, parciais e que não dão uma resposta estrutural ao que o país precisa», defendo que é «urgente taxar os lucros extraordinários dos grupos económicos» e «aumentar extraordinariamente o Salário Mínimo Nacional para os 800 euros».

O responsável garante ainda que «há um total descontrolo nos preços», defendo que «vai continuar a haver perda de poder de compra» e que o que foi anunciado pelo primeiro-ministro «de modo nenhum pode substituir atualizações e pensões de reforma e salário dos portugueses».

 

Pelo Livre, o deputado optou por apontar «oito lacunas» ao programa do Governo, nomeadamente, pela sua «dimensão», lembrando que «é 23 vezes menor que o alemão», daí defender que «está aquém». Rui Tavares aponta para a falta de ambição na gratuitidade dos transportes, assim como na necessidade de «ajudar mais os pensionistas mais pobres».

Tavares lamenta também a falta de respostas na «eficiência energética» ou a inexistência de medidas para «taxar lucros excessivos», daí defender que no plano do Governo «não há nada de corajoso», criticando que a ambição do Governo para o salário mínimo nacional do próximo ano é a mesma que era a «30 de janeiro, antes do início da guerra a 24 de fevereiro», quando António Costa já assumiu que «tudo mudou».

 

Também para a porta-voz do PAN, as medidas de apoio anunciadas pelo Governo para combater a inflação foram insuficientes e no caso das famílias «fica muito aquém» do necessário, referindo que «continuamos a ter uma política zero» para estudantes ou para a transição energética.

Já em relação aos pensionistas, Inês Sousa Real defende que «saem a perder no próximo ano». Refere que estes apoios são apenas eficazes a curto prazo: «A situação poderá ainda vir a agravar-se», disse.

ovilaverdense@gmail.com

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