Meio milhar de manifestantes desfilou este sábado, em Braga, para exigir o fim do genocídio em Gaza, onde cerca de 28 mil pessoas morreram desde o início da “agressão” de Israel, e o reconhecimento da Palestina como Estado livre e independente por Portugal.
Com palavras de ordem em português, inglês e nas duas línguas, os participantes nesta acção, integrada na Manifestação Nacional Palestina Livre, que juntou Braga, a Lisboa, Faro e Angra do Heroísmo, assumiam-se como “a voz da Palestina livre”.
‘Somos todo palestinianos/we are all palestinians’ foi uma das palavras-de-ordem escutadas ao longo do desfile que percorreu, em passo lento e com paragens, o centro da cidade.
Entre os manifestantes, contavam-se naturais do Egipto, Jordânia, Palestina (Cisjordânia), Tunísia, Paquistão e Afeganistão, além de membros do Bloque Nacionalista Galego – Assembleia de Portugal.
O que mais se ouviu que na manifestação, quer na concentração que a antecedeu, sobretudo em inglês, foi o controverso e polémico slogan ‘Desde o rio até ao mar, Palestina libertar’, por muitos visto como anti-semita, já que apela à existência um Estado palestiniano que se estenda do rio Jordão até ao mar Mediterrâneo (território que inclui o Estado de Israel), o que significa o desmantelamento do Estado judaico.
E se este slogan não fosse suficiente para marcar o tom ideológico da iniciativa, convocada por diversos colectivos do distrito bracarense, os seguintes desfaziam qualquer dúvida: ‘Sionismo é chacina’, ‘Sionismo é violência, Palestina é resistência’ ou ‘Estado sionista, Estado terrorista’.
‘Dos nazis a Israel, genocídio é cruel’ e ‘É massacre, não defesa/matar gente que está presa’ foram outras palavras-de-ordem.
MANIFESTO
Convocada por três dezenas de colectivo, a Manifestação Nacional Palestina Livre, que se realiza ainda em Lisboa, Faro e Angra do Heroísmo, apela à mobilização de “todas as pessoas solidárias com a Palestina, defensoras da paz e dos direitos humanos, para quem o sofrimento do povo palestiniano se tornou insuportável” e exige que Portugal reconheça o Estado da Palestina.
Assumindo-se como “a voz da Palestina livre”, os colectivos dirigem-se directamente ao Estado Português, para exigir que este “exerça toda a pressão internacional ao seu alcance para o cumprimento de um cessar fogo imediato, incondicional e duradouro, e para pôr fim ao bloqueio de 17 anos à Faixa de Gaza”.
E ainda para que Portugal “não contribua de maneira alguma para a escalada de agressões contra o povo palestiniano”, pondo um “fim imediato” a “qualquer colaboração militar ou logística em operações que envolvam o exército israelita”.
Os organizadores exigem que a base das Lajes e o espaço aéreo ou marítimo português não sejam postos ao serviço do esforço de guerra israelita, e o fim da participação de Portugal das operações militares no Mar Vermelho.
APELO A BOICOTES
Os promotores da manifestação nacional querem ainda que Portugal apoie tanto o caso apresentado pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, como o caso apresentado pelo México e o Chile no Tribunal Penal Internacional contra Israel, bem como corte os laços diplomáticos com o Estado de Israel, expulsando, inclusive, o Embaixador de Israel, que “tem sido um agente de propaganda pró-genocídio”.
No manifesto é ainda exigido que o Estado Português reconheça o Estado da Palestina imediata e incondicionalmente.
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