A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, admitiu esta sexta-feira, em Terras de Bouro, a hipótese de dar continuidade às capitais portuguesas de cultura após 2027, cuja edição de 2025 arranca este sábado em Braga.
“O senhor presidente [Ricardo Rio] já teve oportunidade de me dizer que é um grande defensor e que pensa que este programa deve continuar e o Ministério da Cultura não tem de decidir sozinho”, afirmou, citada pela Rádio Universitária do Minho (RUM).
Contudo, Dalila Rodrigues diz que o Governo “tem é que estar atento às visões de território”.
A membro do executivo de Luís Montenegro aponta que “há talvez uma concentração de litoral”, já que antes de Braga, em 2024 foi Aveiro a Capital Portuguesa da Cultura, seguindo em 2026 para Ponta Delgada (Açores).
A recuperação do título de Capital Portuguesa de Cultura aconteceu pela mão do ministro socialista da Cultura, Pedro Adão e Silva aquando do anúncio oficial de Évora Capital Europeia da Cultura 2027, ao qual concorriam precisamente Braga, Aveiro e Ponta Delgada. Estas cidades foram, assim, ‘compensadas’ pelo Governo de António Costa com este título, acompanhado de um envelope financeiro.
RICARDO RIO: “QUEM PERDE, GANHA”
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que lidera também a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, considera também que este processo de capitais portuguesas de cultura deve prolongar-se para lá de 2027.
“Julgo que haver uma capital nacional de cultura é algo benéfico também para esta descentralização que o Governo procura concretizar”, disse.
Aos microfones da RUM, o autarca bracarense defendeu “um processo concorrencial”, em que os municípios “se possam mobilizar, tentar criar parcerias em termos locais”.
“Nestes processos, mesmo aqueles que perdem saem sempre vencedores porque há sempre uma qualificação da política cultural, há sempre uma mobilização dos agentes locais”, argumentou Ricardo Rio.